IL quer apreciação parlamentar do Estatuto do SNS e desafia PSD a juntar-se ao pedido
4 de ago. de 2022, 12:13
— Lusa/AO Online
“Com
a apreciação parlamentar queremos perceber, na profundidade, quais é
que são os verdadeiros objetivos deste estatuto do SNS e integrar aqui
uma verdadeira reforma que a saúde precisa, como é notório no
dia-a-dia”, explicou à agência Lusa o líder parlamentar da Iniciativa
Liberal (IL), Rodrigo Saraiva.Segundo o
liberal, este decreto-lei “deixa todas as pessoas com imensas dúvidas”,
dando o exemplo do Presidente da República ou do bastonário da Ordem dos
Médicos, considerando que é um estatuto que “não densifica, que não é
claro e que não demonstra a necessidade de uma verdadeira reforma do
sistema nacional de saúde”.“Deixamos o
apelo ao PSD para que se junte a nós nesta apreciação parlamentar porque
gostaríamos de acreditar que o PSD pode voltar a ter a vontade
reformista que em tempos teve e que nos últimos anos não tem
demonstrado”, desafiou.A IL tem um grupo
parlamentar com oito deputados, mas de acordo com o regimento da
Assembleia da República “o requerimento de apreciação de decretos-leis
para efeito de cessação de vigência ou de alteração deve ser subscrito
por 10 deputados”, precisando por isso de mais duas assinaturas para
poder levar adiante esta sua intenção.“Na
saúde é bastante conhecida a nossa visão de um sistema alternativo, de
termos um verdadeiro sistema nacional de saúde, ao contrário de um
monopólio de serviço público de saúde que tem os resultados infelizes
que tem. O que nós queremos é o verdadeiro acesso universal e
gostaríamos que o PSD se juntasse connosco neste caminho reformista”,
desafiou, afirmando que já foi feita a diligência junto do PSD.Na análise de Rodrigo Saraiva, “este estatuto do SNS demonstra que continua a deriva estatizante deste Governo”.“Ao
fazermos esta apreciação parlamentar queremos perceber se, para além da
via estatizante, não é também estapafúrdio por não ficarem claras as
funções”, afirmou.O Presidente da
República promulgou na segunda-feira o Estatuto do SNS, considerando que
“seria incompreensível” retardá-lo, e instou o Governo a acelerar a sua
regulamentação e clarificar os pontos ambíguos, sob pena de se perder
“uma oportunidade única”.“A intenção tem
aspetos positivos”, sublinhou, mas o diploma do Governo “levanta
dúvidas” em três aspetos “que importa ter em atenção”: “O tempo, a ideia
da direção executiva e a conjugação entre a centralização nessa Direção
e as promessas de descentralização da saúde”, refere a nota publicada
hoje na página da Presidência da República.Com
base nestes três pontos, o Presidente da República advertiu o executivo
socialista para que “acelere a sua regulamentação, clarifique o que
ficou por clarificar, encontre um enquadramento e estatuto que dê futuro
à direção executiva e conjugue os seus poderes com o objetivo da
descentralização na saúde”.