IL diz que Vasco Cordeiro “ainda não assumiu” responsabilidades no lar do Nordeste
Açores/Eleições
23 de out. de 2020, 13:50
— Lusa/AO Online
Nuno
Barata reagiu às declarações do líder socialista e atual presidente do
Governo Regional, Vasco Cordeiro, afirmando que “quem agora pede para
ser o único timoneiro dos Açores ainda não assumiu nenhuma
responsabilidade nos últimos quatro anos, nem sequer nos últimos quatro
meses, onde foram perdidas 12 vidas num só lar de terceira idade em São
Miguel” devido à covid-19. O dirigente
prestava declarações à agência Lusa e à SIC numa exploração de um
produtor local de morangos, na freguesia da Candelária, no concelho de
Ponta Delgada, no âmbito do último dia de campanha eleitoral para as
legislativas regionais de domingo.“Vejo o
PS preocupado em dizer que é o garante daqui para a frente, mas para
trás não se assume as responsabilidades? É preciso assumir as
responsabilidades do que se fez para se dizer aos açorianos que se quer
ser timoneiro único daqui para a frente”, declarou o também candidato
pela ilha de São Miguel e círculo de compensação.No
lar do Nordeste, foram registados 50 casos de infeção por covid-19,
entre utentes e funcionários, e 12 mortos, tendo a Secção Regional dos
Açores da Ordem dos Enfermeiros defendido a realização de um inquérito
por parte do Ministério Público.Nuno
Barata defendeu ainda que “mais de 20 anos a governar em maioria
absoluta cria vícios, comodismo e ninguém pode fazer uma campanha
eleitoral a anunciar que é agora que vai mudar quando teve 20 anos para
mudar e não mudou”.Manifestando-se
confiante na eleição para o parlamento regional e eventualmente
constituir um grupo parlamentar, Nuno Barata aponta que “os números da
pobreza nos Açores, do desemprego, do abandono escolar precoce, do
alcoolismo, do suicídio juvenil pré-covid, em dezembro de 2019,
respondem ao que é preciso fazer nos Açores”.“É
preciso fazer políticas diferentes, novas e com pessoas novas.Com as
mesmas pessoas não se faz diferente, o resultado será sempre o mesmo”,
frisou.Os socialistas vencem eleições
legislativas nos Açores há 24 anos, mas têm vindo a reduzir a
percentagem de votos desde 2004, numa região onde o melhor resultado foi
obtido pelo PSD de Mota Amaral.Os Açores
têm vindo a registar, entretanto, os maiores valores de abstenção do
país, sendo que nas eleições para a Assembleia Legislativa Regional de
2016 se registou na ilha de São Miguel, a maior e mais populosa, uma
taxa de 63,1%, segundo a plataforma Pordata, na sua edição de 2020 do
retrato da região.Nas anteriores
legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que
se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do
segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP
(quatro mandatos).O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.