IL admite acordo de incidência parlamentar com governo de direita
Açores/Eleições
6 de nov. de 2020, 13:44
— Lusa/AO Online
“Pode ser um das soluções, um
acordo de incidência parlamentar, se for entendimento do senhor
representante da República que é importante para viabilizar um governo à
direita nos Açores”, avançou, em declarações aos jornalistas.O
líder regional do IL falava à saída de uma audiência com o
representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro
Catarino, em Angra do Heroísmo.Questionado
sobre um eventual acordo com a coligação de direita, Nuno Barata disse
que ainda não estava fechado, mas admitiu estar em conversações. “Não
há acordos, não há negociações, o que há é conversações. Nós, a devido
tempo, anunciaremos o que é possível. Apresentámos ao PSD 12 pontos que
entendemos que devem e têm de estar num programa de governo a quatro
anos. Se o PSD aceitar, nós estaremos no parlamento a fazer oposição
construtiva, sempre oposição, mas uma oposição construtiva, mas com
soluções para mudar um paradigma de governação dos Açores, que permita
sair do quadro socioeconómico que nós estamos tínhamos em 2019, que era
lamentável”, afirmou.O PS venceu as
eleições legislativas regionais dos Açores, no dia 25 de outubro, mas
perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, elegendo apenas 25
deputados.O PSD foi a segunda força política mais votada, com 21 deputados, seguindo-se o CDS-PP com três.Chega, BE e PPM elegeram dois deputados e Iniciativa Liberal e PAN um cada.PSD,
CDS-PP e PPM, que juntos têm 26 deputados, já anunciaram um acordo de
governação, mas necessitam de 29 deputados para alcançar uma maioria
absoluta.O Chega anunciou hoje que “vai
viabilizar o governo de direita nos Açores”, após ter chegado a um
acordo com o PSD em “vários assuntos fundamentais” para a Região
Autónoma e para o país.O PAN reiterou que
não viabilizará uma solução governativa na região, que envolva o Chega,
por isso o Iniciativa Liberal é o único partido que poderá dar a maioria
absoluta no parlamento à coligação de direita.Nuno
Barata disse que o IL não integrará uma solução de governo, mas admitiu
dar apoio a “uma solução parlamentar estável para quatro anos de
governação nos Açores, que não seja à esquerda”.“A
essência do parlamentarismo está de novo viva nos Açores e é no
parlamento que essas coisas devem ser debatidas, discutidas e
aprovadas”, frisou, acrescentando que a população “não saiu de casa para
manter tudo na mesma”.O dirigente
regional do Iniciativa Liberal disse que o partido “jamais poderia
apoiar uma solução de esquerda no parlamento dos Açores”.“Aquilo
que viemos dizer ao senhor representante da República foi que não
apoiaremos uma solução de programa de governo socialista, que temos
interesse em contribuir para a estabilidade governativa nos Açores e
entendemos que devem ser encetadas as negociações nesse sentido”,
acrescentou.Questionado pelos jornalistas,
Nuno Barata criticou o facto de o acordo do Chega ter sido anunciado
pelo líder nacional do partido, André Ventura.“Serei
sempre crítico que uma solução para o futuro dos Açores seja decidida
em Lisboa. É uma coisa que eu não admito, sou uma autonomista convicto e
progressivo”, frisou.O representante da
República já tinha ouvido antes o porta-voz do PAN/Açores e hoje ouve
ainda representantes de PPM, BE, Chega e CDS-PP.No sábado, receberá os representantes dos dois partidos mais votados, PSD e PS.