Autor: Lusa/AO Online
A candidata da IL/Açores à Câmara Municipal de Ponta Delgada, Alexandra Cunha, criticou anteontem o Governo da República por “tardar em alterar” a legislação relativa às drogas sintéticas, no sentido de permitir que, no concelho, as autoridades possam atuar.
No primeiro dia de campanha eleitoral, a candidata reuniu-se com a Associação Alternativa – Associação Contra as Dependências, tendo afirmado que sempre foi “crítica” no que respeita ao “combate às dependências” durante as suas funções como deputada municipal nos últimos quatro anos.
A candidata saiu do encontro “naturalmente preocupada, porque a situação não se tem vindo a resolver, mas a agravar-se”.
Alexandra Cunha afirmou que existem “mais de 100 jovens adultos sinalizados em tratamento e acompanhamento”, acrescentando que o Governo da República “tarda em alterar o quadro legislativo em relação às drogas sintéticas”, para que “todas as autoridades consigam atuar” no concelho de Ponta Delgada.
E criticou também o Governo dos Açores por dar “continuidade aos mesmos planos de combate e redução das dependências, similares aos anos anteriores, quando a problemática é naturalmente diferente”.
Alexandra Cunha identificou as dependências no digital, a quantidade de bebidas energéticas que os jovens consomem, aliadas aos jogos ‘online’, que, “no futuro, levam à procura de outras respostas”, começando “aí a grande problemática das toxicodependências”.
A candidata defendeu que “há um trabalho grande que tem de ser feito ao nível da prevenção”, estando “na altura de a região encarar de frente respostas musculadas ao nível da saúde mental”, como uma clínica aliada a comunidades terapêuticas, que “consigam dar uma resposta célere e musculada”.
Questionada sobre a resposta da Câmara Municipal de Ponta Delgada no combate às toxicodependências, a candidata enalteceu o “trabalho meritório no que concerne às respostas sociais”, apesar de a autarquia não ter “todas as capacidades financeiras para o fazer”.
“Aquilo que defendemos é que haja uma articulação mais eficaz com o Governo Regional, que tem de ser um parceiro”, afirmou Alexandra Cunha, preconizando a descentralização de competências para a autarquia, que, “como poder de proximidade, consiga operacionalizar, monitorizar e ter dados para o combate às dependências”.
Alexandra Cunha frisou a necessidade de se trabalhar de “forma articulada, em rede”.