IL/Açores pede estratégia para acabar com sazonalidade no turismo
14 de set. de 2024, 19:05
— Lusa/AO Online
“Nós entendemos
que é um papel importantíssimo dos governos, sejam eles da República,
Regional e autarquias locais, [apostar] numa estratégia concertada [com o
objetivo] de manter a notoriedade do destino Açores, no sentido de
irmos minimizando o problema da sazonalidade nas nossas ilhas”, disse
Nuno Barata.O deputado único da IL no
parlamento açoriano referiu que o problema da sazonalidade turística na
região “nunca vai acabar”, mas há meios de o minimizar, “criando
eventos, criando ações promocionais em destinos onde o clima é muito
agreste”, informando que “é agradável vir para os Açores” onde o inverno
é moderado.No final de uma reunião com a
Associação de Alojamento Local dos Açores, em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, Nuno Barata disse aos jornalistas que o trabalho de promoção
do território foi “descuidado nos últimos anos”.“Foi
descurado pelas autarquias, que empurram o problema para os
empresários, às vezes empurram o problema para a falta de
disponibilidade nos voos, outras vezes para a falta de qualidade do
alojamento e para a falta de oferta de animação, quando, na verdade, o
que falta é ir por esses mercados fora anunciar aos ‘sete ventos’ a
qualidade do destino Açores e aquilo que nós podemos oferecer às pessoas
no inverno”, declarou.O responsável
reconhece que as acessibilidades aéreas ao arquipélago “são um problema”
e “vão ser sempre um problema”, mas admite que “as soluções são
várias”. “Desde logo uma das soluções não é
manter uma companhia aérea internacional com prejuízos acumulados do
montante que temos acumulado ao longo destes últimos anos, para fingir
que trazemos pessoas”, disse, referindo-se à companhia açoriana Azores
Airlines/SATA Internacional.E prosseguiu:
“É manter a nossa região servida pela SATA Air Açores [que assegura as
ligações entre as nove ilhas do arquipélago], por forma a distribuir
esses passageiros equitativamente por todas as ilhas e com
disponibilidade para quando eles chegam a São Miguel, à Terceira ou ao
Faial, poderem apanhar voos para outras ilhas, o que não acontece neste
momento”.Na opinião do deputado e líder
regional da IL/Açores, a estratégia aplicada ao longo dos anos na SATA
Internacional “descurou o investimento que era preciso ter sido feito na
distribuição de passageiros interilhas e este é um dos problemas”.Nuno Barata reconheceu ainda que falta habitação no arquipélago dos Açores e a culpa “não é do alojamento local”.“A
culpa da falta de habitação é do excesso de regulação, do excesso de
problemas que criaram às pessoas, aos empreendedores, e, principalmente,
uma responsabilidade enorme que as Câmaras Municipais têm, e os
Governos Regionais, de ao longo destes anos não terem olhado para o
setor da habitação como um setor que carecia de investimento público”,
justificou.