IL/Açores pede caderno de encargos do estudo do transporte marítimo de mercadorias
13 de jul. de 2022, 08:52
— Lusa/AO Online
No
documento apresentado na Assembleia Legislativa Regional dos Açores,
Nuno Barata pede, também, a “identificação das entidades convidadas a
realizar este trabalho”, lembrando que o estudo anunciado pelo Governo
(PSD/CDS-PP/PPM) resulta de uma recomendação do parlamento regional
aprovada por unanimidade, em outubro de 2021. A
contratação para o estudo do transporte marítimo de mercadorias nos
Açores foi lançada com o preço base de 70 mil euros e prazo de execução
de cerca de oito meses, revelou na segunda-feira o executivo. Em
comunicado, o deputado da IL recorda que, na resolução aprovada no
parlamento, se recomenda ao Governo Regional que “realize um estudo de
viabilidade económica, de diferentes modelos de transporte marítimo de
mercadorias, que contemple o transporte do continente para os Açores e a
distribuição e transporte de carga interilhas”.“Praticamente
um ano depois, a Secretaria Regional do Turismo, Mobilidade e
Infraestruturas revela que “a contratação para o estudo do transporte
marítimo de mercadorias nos Açores foi lançada”, atirando “as suas
conclusões já para 2023 e não para o final de 2022”.De acordo com o deputado, o prazo de 2022 tinha sido “garantido em abril” pelo “executivo de coligação, numa resposta escrita”.Nuno
Barata afirma ainda que, “na nota pública divulgada pela secretaria de
Berta Cabral, são, alegadamente, definidos, em sede de caderno de
encargos, questões como «preço idêntico para todas as ilhas» e
«articulação da cabotagem com os operadores locais», estando previstas,
ao abrigo do estudo a realizar, «obrigações de serviço público»”.O
deputado da IL/Açores assinala que, “no quadro das definições
legalmente previstas no âmbito do Código da Contratação Pública, um
procedimento de consulta obriga à existência de um caderno de encargos e
à realização de três convites a entidades putativamente habilitadas à
realização do estudo”.Assim, o parlamentar
quer uma “justificação discriminada dos motivos que levaram o Governo
Regional a convidar as empresas atrás referidas, em detrimento de outras
putativamente interessadas e com conhecimento técnico para a realização
do estudo”.Nuno Barata pretende ainda
saber “quais os motivos que justificam a demora registada entre a
publicação da resolução de novembro [de 2021] e o lançamento do
procedimento de contratação”.Numa nota de
imprensa divulgada na segunda-feira no portal oficial, a Secretaria
Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas refere que o estudo
pretende “servir melhor cada uma” das nove ilhas do arquipélago.“Pretendemos
trabalhar para a criação sustentada de um verdadeiro mercado interno,
que potencie a nossa coesão interna e o desenvolvimento da economia
local das nove ilhas de forma harmonizada, e este estudo é um passo
determinante em todo o processo”, explicou a secretária Regional do
Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, citada no
comunicado.A governante revelou em maio
que o executivo deixou cair o projeto de um navio para transporte de
passageiros, mas ia estudar o transporte marítimo de mercadorias.No
concurso, cujo caderno de encargos estava, então, a ser ultimado,
previa-se um “preço idêntico para todas as ilhas” e uma articulação da
cabotagem “com os operadores locais", indicou a secretária regional no
plenário de maio.Berta Cabral salientou que o novo estudo para os transportes marítimos “tem obrigações de serviço público”.