IL/Açores diz que orçamentos regionais são apenas "papéis pintados"

“Os orçamentos não passam de papéis pintados com tinta. São números que ali estão. É preciso depois perceber se a execução desses orçamentos se consubstancia. E é isso que também tem desalentado um pouco as pessoas, que acabam por ver nos orçamentos inscritas algumas obras e soluções para as suas ilhas mas, de ano para ano, vão sendo reinscritas e recoladas nos planos", afirmou o deputado.Nuno Barata falava à agência Lusa na sequência de uma visita que está a fazer à ilha das Flores e que termina esta segunda-feira.Segundo o deputado, essas obras são "de novo apresentadas, mas depois não chegam a ser operacionalizados e a resolver, de facto, os problemas”.A IL/Açores vai, entretanto, aguardar para conhecer o Plano e Orçamento de 2025 para depois decidir o seu sentido de voto durante a apreciação e votação dos documentos na Assembleia Legislativa Regional.Questionado sobre a situação que encontrou na ilha das Flores, o líder da IL/Açores referiu que foi com “alguma tristeza” que se deparou com os mesmos problemas de há três anos.O parlamentar diz que encontrou “as mesmas preocupações, reivindicações e os mesmos problemas por resolver”, a par de um “sentimento de conformismo por parte dos florentinos”.Segundo Nuno Barata, persistem questões como as dificuldades no transporte marítimo de mercadorias, bem como na agricultura e no setor do turismo.“Apesar da tentativa de vender a ideia de um novo paradigma, afinal tudo continua na mesma nas ilhas dos Açores, principalmente as que têm menos acesso às centralidades açorianas", disse.De acordo com Barata, as populações "vêm os seus problemas serem adiados, empurrados com a barriga para a frente, com as populações conformadas e descrentes da classe política regional”.O deputado defendeu a necessidade de transmitir aos habitantes das Flores “alguma esperança” e “incentivá-los a serem mais firmes nas suas revindicações e posições”.O parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) iniciou na sexta-feira uma visita de quatro dias à ilha das Flores, promovendo, à semelhança do realizado na legislatura anterior, um périplo por todas as ilhas do arquipélago.