IL/Açores diz que não houve “mudança de paradigma” na política regional
23 de mai. de 2024, 17:43
— Lusa/AO Online
“Não houve uma ‘mudança de
paradigma’ na política regional com este Governo [Regional] de
coligação, mas têm-se registado profundas mudanças nos indicadores
sociais já bastamente denunciados”, disse Nuno Barata.O
deputado único da IL falava no parlamento regional açoriano, no
terceiro dia do debate sobre o Plano e Orçamento do Governo Regional
para 2024, no período das intervenções finais dos partidos.“Não
fossem as circunstâncias diferentes, perante um Plano e um Orçamento
‘copy paste’, esta minha intervenção seria também um ‘copy paste’ da que
proferi desta tribuna em novembro passado”, disse.O
parlamentar lembrou que a coligação chegou ao poder em 2020 “por via
das vantagens da pluralidade democrática” e os partidos que a integram
“centraram o seu discurso numa putativa ‘mudança de paradigma’ e numa
essencial atenção ao diálogo que ‘a centralidade do parlamento’ exigia”.“No
entanto, nem o paradigma mudou, nem a centralidade do parlamento foi
respeitada. Caíram por incumprimento, renovaram o mandato, mais uma vez
sem maioria, e fizeram desaparecer do seu discurso as expressões
‘mudança de paradigma’ e ‘centralidade do parlamento’”, criticou.Nuno
Barata referiu três momentos críticos em que os partidos da coligação
“não foram capazes de dar as melhores respostas”: a pandemia de
covid-19, a crise sísmica de São Jorge (2022) e o incêndio no hospital
de Ponta Delgada (04 de maio).Sobre o
incêndio, o deputado afirmou que o Governo Regional “dramatiza, clama a
Lisboa por ajuda e exorta a oposição a ser solidária e responsável,
enquanto os profissionais de saúde fazem o que lhes compete e, dia após
dia, vão conseguindo reabrir serviços e retomar a assistência aos
utentes”. “Dizem-nos agora, numa prosa
difícil de deslindar, que recuperar o hospital custará 25 milhões de
euros, o que, ‘de forma enfática, não sendo um novo hospital, é um
hospital novo’? Mais fácil de perceber é a esperança de que os
companheiros de coligação de Lisboa hão de suportar 85% dos custos desta
recuperação”, observou.Contudo,
acrescentou, “espera-se que, de facto, estes 85% para o hospital não
sejam como os milhões apregoados para o porto das Lajes das Flores”.Caso
contrário, os Açores bem podem “podemos continuar a ir buscar dinheiro à
banca e a aumentar os encargos para as gerações vindouras”, salientou.Na
sua intervenção, Nuno Barata aludiu ainda ao endividamento da região,
salientando que cada açoriano tem para pagar “uma dívida de 13.500,00
euros”.