Autor: Lusa /AO Online
“Foi um discurso muito para dentro do PS. Um discurso que pretende falar do futuro, mas acaba sendo um acerto de contas com o passado”, observou Nuno Barata, também líder regional da IL, em declarações à Lusa, após a sessão de encerramento do XVIII Congresso Regional do PS/Açores, que terminou hoje na cidade da Horta, ilha do Faial.
Para o parlamentar, “mais do que a estatística” apresentada sobre vários indicadores da região, antes e depois de 24 anos de gestão socialista (entre 1996 e 2020, os últimos oito sob a presidência de Vasco Cordeiro), “o que interessa é saber se a Região convergiu, ou não, com as restantes regiões da União Europeia”.
“Na perspetiva da IL, não convergiu. A estatística está aí também para mostrar que não convergimos”, lamentou o deputado, com quem o PSD regional fez um acordo de incidência parlamentar após as eleições regionais de 2020.
Atualmente, considerou Nuno Barata, a região “ainda não está a fazer melhor”.
“Espera-se que faça melhor, mas, se o ‘modus operandi’ não se alterar, temo que não vamos ter os resultados que se esperavam nos próximos tempos”, observou.
O líder do PS/Açores afirmou hoje que se abriu “um novo ciclo” e “o melhor do PS/Açores está de volta” pelo futuro Região, porque o partido tem a “responsabilidade e legitimidade de não deixar os Açores para trás”.
“Temos a legitimidade e a responsabilidade histórica, e política, de não deixar os Açores ficarem para trás. Temos a responsabilidade de levar os Açores para a frente”, afirmou Vasco Cordeiro.
Depois de o PS ter estado 24 anos na governação da Região, e de ter perdido o poder para a coligação PSD/CDS-PP/PPM, Vasco Cordeiro tem “um sonho e uma ambição” - de “liberdade, solidariedade e respeito” no futuro dos Açores.
O líder do PS/Açores, reeleito em abril para um quarto mandato como presidente da estrutura regional, com 97,7% dos votos, alertou que a política nos Açores “corre o risco de se tornar mais numa batalha campal do que num debate sério sobre o futuro”.
O PS foi o partido mais votado nas eleições regionais de 2020, elegendo 25 parlamentares, mas perdeu a maioria absoluta que teve na Região durante 24 anos.
PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, assinaram um acordo para formar governo.
A coligação assinou ainda um acordo de incidência parlamentar com o Chega e com o deputado independente Carlos Furtado (ex-Chega) e o PSD um acordo com a IL.
A Assembleia Legislativa dos Açores é composta por 57 deputados e, na atual legislatura, 25 são do PS, 21 do PSD, três do CDS-PP, dois do PPM, dois do BE, um da Iniciativa Liberal, um do PAN, um do Chega e um deputado independente (eleito pelo Chega).