IL/Açores critica Governo Regional por tomar medidas “restritivas das liberdades”
Covid-19
4 de mai. de 2021, 17:48
— Lusa/AO Online
“Há
aqui uma crítica direta ao Governo Regional dos Açores que insiste em
tomar medidas restritivas das liberdades individuais dos cidadãos quando
não existe mecanismo legal para isso, nomeadamente mecanismo
constitucional”, declarou o liberal.Nuno Barata falava após uma reunião com a OPERPDL - Sociedade de Operações Portuárias de Ponta Delgada.O
deputado único da IL, que suporta o executivo açoriano no parlamento
regional, estendeu as críticas ao representante e ao Presidente da
República.“Há uma crítica clara, direta,
ao senhor representante da República e ao senhor Presidente da República
que deixam isso passar sem tomarem uma posição clara, o que nos parece
inadmissível. Nós não temos outra Constituição que nos proteja das
tiranias”, afirmou.A 29 de abril, o
secretário da Saúde revelou que a região iria manter medidas restritivas
de controlo da pandemia de Covid-19, apesar do fim do estado de
emergência, alegando existir suporte legal para o fazer.Na semana passada, Nuno Barata escreveu ao presidente do Governo dos
Açores, José Manuel Bolieiro, a criticar as medidas aplicadas em São
Miguel para combater a pandemia e a pedir a demissão do presidente da
Comissão de Acompanhamento da Luta Contra a Pandemia de Covid-19,
Gustavo Tato Borges.O pedido do liberal
surgiu depois de Gustavo Tato Borges ter criticado uma reportagem do
jornal Açoriano Oriental, intitulada “Restrições transformam Ponta
Delgada em cidade fantasma”, um título que “apela a um sentimento de
revolta para as medidas impostas”, segundo disse.Nuno
Barata disse manter as críticas ao responsável pelo combate à pandemia
nos Açores, apesar de o presidente do executivo açoriano, José Manuel
Bolieiro, ter reconhecido que aquelas declarações “não foram felizes”.“O
senhor presidente do governo não meteu água na fervura, atirou água
para cima de um incêndio numa rede elétrica, que é uma coisa bem
diferente. Em relação à demissão do doutor Gustavo Tato Borges, nem tem a
ver com decisões técnicas. Tem a ver com as declarações que prestou e
ao ataque feroz que fez à liberdade de expressão”, afirmou Barata.Na
ocasião, e após ouvir os responsáveis pela operação no porto de Ponta
Delgada, o deputado liberal alertou para as “falhas graves” naquele
porto que representa 66% da mercadoria movimentada por via marítima nos
Açores.“Há aqui um investimento que tem de
ser feito no porto de Ponta Delgada. Nos últimos anos foi feito algum
esforço no aluguer de máquinas e a reposição de outras, mas os
equipamentos mais modernos são de 2004”, assinalou.E
acrescentou: “espero usar o meu magistério de influência como mediador
para melhorar a relação entre o porto, a administração portuária, os
operadores e os consumidores finais”.