II Convenção Regional do Chega/Açores marcada para 09 de maio
21 de abr. de 2021, 14:40
— Lusa/AO Online
Em nota
publicada no site do partido, a estrutura açoriana informa que a II
Convenção Regional dos Açores do Partido Chega vai decorrer na manhã de
dia 09 de maio, no auditório da Associação dos Bombeiros Voluntários de
Ponta Delgada.A Convenção acontece depois das eleições internas, marcadas para 01 de maio.O
atual líder, Carlos Furtado, apresentou a sua demissão a 14 de março
depois de terem sido tornadas públicas as divergências com o
secretário-geral e o segundo deputado regional do partido, José Pacheco.Carlos Furtado procurava uma “clarificação eleitoral”, disse, então, à Lusa o líder nacional do Chega, André Ventura.A
crise no partido populista ficou visível com uma mensagem publicada
numa página de Facebook da estrutura regional por parte de José Pacheco
contra o aumento de beneficiários de RSI verificado naquelas ilhas.A
publicação foi depois apagada pelo líder regional, Carlos Furtado, que
escreveu que a direção do Chega/Açores e o próprio têm "a melhor
atenção" aos problemas de "excesso de RSI" e o "objetivo de se arranjar
soluções eficazes, sendo que neste momento as responsabilidades", que
lhes "são imputáveis, não permitem a crítica fácil e populista".A
diminuição dos beneficiários de RSI nos Açores foi uma das ideias-chave
defendidas pelo Chega na campanha eleitoral até ao sufrágio de 25 de
outubro de 2020 e uma das principais nas negociações com o PSD/Açores,
com vista à viabilização do novo Governo Regional, após 24 anos de poder
do PS.A 15 de março, José Pacheco
confirmava que seria candidato, assumindo "divergências" com o atual
líder regional quanto ao "rumo" do partido na região.Menos
de um mês depois, a 06 de abril, Pacheco anunciou que ia abandonar a
corrida à liderança da estrutura regional para acabar “com as
divergências”.Apesar da desistência do
secretário-geral, oito dos onze elementos da direção do Chega/Açores
apresentaram a sua demissão, a 16 de abril, como manifestação de apoio a
Carlos Furtado.Carlos Furtado confirmou à
Lusa, a 02 de abril, que o ato eleitoral se realizaria no dia 01 de
maio, mas, no dia seguinte, José Pacheco contestou, dizendo que
desconhecia a data marcada.A 04 de abril,
Furtado criticava os “comportamentos desleais” de José Pacheco, que,
adiantava o líder cessante, “faltou” à reunião em que a data foi
decidida, “sendo que, para além da sua não comparência, o mesmo ainda
não atendeu, nem respondeu (…) às tentativas de contacto que foram
efetuadas, por mais do que uma pessoa, durante a dita reunião".A
data chegou mesmo a ser criticada por Fernando Mota, membro da direção,
que, a 13 de abril, pedia a impugnação do sufrágio, salientando que
aquele “processo eleitoral” estava “cheio de incongruências” e que
“existem regras que têm de ser cumpridas”.Ainda
assim, os militantes do Chega nos Açores irão decidir se mantêm a
confiança no atual líder demissionário, no dia 01 de maio, como
inicialmente previsto.Os dois deputados do
Chega, juntamente com o deputado único da Iniciativa Liberal, garantem
ao Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderado pelo
social-democrata José Manuel Bolieiro, um apoio de incidência
parlamentar que garante a maioria de 29 assentos na Assembleia
Legislativa Regional.