IGF concluiu que administrador financeiro não conhecia acordo com Alexandra Reis
TAP
29 de mar. de 2023, 17:19
— Lusa/AO Online
“Quanto ao
CFO [administrador financeiro] da TAP, do que nos foi possível apurar,
este não esteve envolvido, uma vez que toda a negociação terá ocorrido à
margem do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, a que
pertencia, não existindo evidência de que o CFO tenha tido conhecimento
do mesmo”, afirmou o inspetor-geral de Finanças, António Ferreira dos
Santos, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à
tutela política da gestão da TAP.O
responsável da IGF acrescentou que a análise feita ao processo de saída
da ex-administradora da TAP concluiu também que Gonçalo Pires “não terá
tido igualmente intervenção no pagamento” da indemnização.Adicionalmente,
a IGF concluiu que, além do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno
Santos, e do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes,
“mais nenhum membro do Governo teve envolvimento ou conhecimento prévio
do processo”.Quanto às afirmações da
presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, que se queixou de não
ter sido ouvida pela IGF, prestando esclarecimentos por escrito,
António Ferreira dos Santos explicou que a gestora, “querendo”, podia
ter prestado à IGF, “por sua iniciativa, esclarecimentos adicionais, por
qualquer forma escrita ou verbal”.O
Governo anunciou a exoneração da presidente executiva da companhia
aérea, Christine Ourmières-Widener, e do presidente do Conselho de
Administração, Manuel Beja, em 06 de março, depois de anunciados os
resultados de uma auditoria da (IGF), que concluiu que o acordo para a
saída de Alexandra Reis é nulo e grande parte da indemnização de perto
de meio de milhão de euros terá de ser devolvida. A
polémica começou no final de dezembro, altura em que o Correio da Manhã
noticiou que a então secretária de Estado do Tesouro tinha recebido uma
indemnização de cerca de 500.000 euros para sair dois anos antes do
previsto da administração da empresa.O
processo foi negociado ao abrigo do código das sociedades comerciais,
quando a TAP está abrangida pelo estatuto do gestor público.O caso motivou uma remodelação no Governo, incluindo a saída do ex-ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos.