Hungria defende que corte de cooperação energética com Rússia arruinará Europa
Ucrânia
3 de mar. de 2022, 12:24
— Lusa/AO Online
“Nenhum
argumento justifica que quebremos as colaborações energéticas com a
Rússia”, afirmou Orbán, um dos maiores aliados de Moscovo dentro da
União Europeia (UE), em entrevista publicada pelo portal digital
Mandiner.O primeiro-ministro húngaro
acrescentou que “os líderes da UE afirmaram que as sanções não afetarão a
chegada de transportes de energia”.De acordo com Orbán, a UE pós-guerra também terá interesses na Rússia e dar este passo agora “arruinará a economia europeia”.No entanto, reiterou, a Hungria não bloqueará quaisquer sanções contra a Rússia.O
Conselho Europeu decidiu, no final de fevereiro, proibir “a venda,
fornecimento, transferência ou exportação para a Rússia de bens e
tecnologias específicas para o refinamento de petróleo e introduzir
restrições à prestação de serviços relacionados” com o setor.Por
outro lado, o primeiro-ministro da Hungria defendeu a expansão de sua
única central nuclear, em Paks, assegurando que, sem isso, a Hungria
terá de comprar gás russo e este será cada vez mais caro.Em
2014, o Governo húngaro assinou um acordo com a Rússia para a agência
nuclear estatal russa Rosatom construir dois novos reatores em Paks, uma
encomenda avaliada em 12,5 mil milhões de euros.O
Parlamento Europeu (PE) aprovou na terça-feira uma resolução sobre a
agressão russa contra a Ucrânia, pedindo que “a importação dos bens mais
importantes para a Rússia, incluindo petróleo e gás, seja restringida”.A
resolução também pede aos Estados-membros “que suspendam todas as
colaborações com a Rússia no campo nuclear, em particular a cooperação
com a Rosatom e suas filiais”.Apesar de os
deputados do partido de Orbán, o Fidesz, terem votado a favor da
resolução, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, disse
que as propostas de restrições e de pôr fim à expansão da central de
Paks “são irresponsáveis, já que põem em perigo a segurança energética”
do país da Europa Central.