"Humanização dos monumentos" é vector principal

Jornadas Europeias do Património

21 de set. de 2007, 12:57 — Lusa / AO online

"Há que fazer dialogar o património construído com outros patrimónios como o gastronómico ou das tradições locais, ligando-o às comunidades", defendeu. Uma das iniciativas a propósito citadas pelo responsável foi a mostra de doces conventuais que se realiza no Mosteiro de Alcobaça. De 28 a 30 de Setembro celebram-se as Jornadas Europeias do Património, centradas no tema “Património em Diálogo”, uma iniciativa conjunta da União Europeia e do Conselho da Europa. No total, o IGESPAR, que integra os extintos institutos de Arqueologia e do Património Arquitectónico e a ex-direcção-geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, coordena 500 eventos, sendo 267 em parceria com diversas instituições, além do "apoio fundamental" das autarquias. São iniciativas, realçou Summavielle, que “propõem sair do monumento e olhá-lo de fora, num olhar que o integra em todo o tecido cultural”. O responsável defende a necessidade de "humanizar o conceito do património, dar vida aos monumentos, vivenciá-los, conciliar o antigo com o moderno". "Há centenas de monumentos por utilizar", lembrou, mas "todos os projectos de restauro devem ter sustentabilidade, isto é, deve haver condições para ficarem abertos, serem visitados, terem vida, estudando-se a sua viabilidade com as respectivas autarquias". "A utilização é a melhor conservação", enfatizou. Observou, por outro lado, que "o património tem uma crescente importância em termos económicos, designadamente na área do turismo e na criação de emprego". Para o futuro, Summavielle aposta em "parcerias", nomeadamente com autarquias, e conta com financiamentos no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio para recuperar mais edifícios. Referindo-se às novas gerações, considerou "ser essencial criar nelas o gosto pelo património". "Tal como há anos se fez uma campanha de educação pelo ambiente e deu frutos, pode-se seguir o mesmo caminho relativamente ao património", advogou. Numa nota final, descreveu o património nacional como estando "em razoável ou até bom estado de conservação".