23 de out. de 2019, 11:31
— Susete Rodrigues/AO Online
Mário Fortuna, presidente da direção
da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, lamentou
esta quarta-feira o facto da Delta abandonar a operação para a
Ponta Delgada em 2020. Em declarações à Açores
TSF, Mário Fortuna afirmou que “é uma perca gigantesca para as
aspirações do turismo dos Açores. Os Estados Unidos é um mercado
muito apetecível, muito rico – é dos mais ricos do mundo - e para
nós esta era uma 'lança' na América e constituía uma janela de
oportunidades fantástica para desenvolvermos aquele mercado”.
“A verdade é que
falhamos porque não fizemos a promoção adequada, porque não
complementamos, com a devida promoção, a disponibilidade que a
Delta teve ao abrir esta rota”, disse.
Mário Fortuna refere
ainda que em termos de implicações para a Região, “vamos perder
cerca de 22 mil passageiros/turistas; vamos perder o equivalente a 90
mil dormidas, o que dá cerca de 22 milhões de euros estimados de
perda de receita em cada ano, o que quer dizer que em cinco anos
estamos a olhar para uma perda de cerca de 120 milhões de euros.
Portanto é uma notícia muito negativa para o turismo dos Açores.
Estas dormidas destes turistas em São Miguel representavam cerca de
4% do mercado e o desaparecimento destes 4% é um revés”.
De acordo com Mário
Fortuna não se pode dissociar o momento menos bom vivido pela
Associação de Turismo dos Açores (ATA), com a sua saída do
Governo dos Açores, “com dúvidas relativamente aos seu
funcionamento, com um conjunto de peripécias que não permitiram que
as coisas funcionassem adequadamente nesse mercado, mas também não
permitiu que funcionasse adequadamente quando se tratou de continuar
a operação espanhola para a ilha Terceira”. Portanto “houve
aqui várias falhas acumuladas que não permitiram que houvesse um
enfoque necessário durante aquele período e a atenção que era
necessária dedicar à rota Nova Iorque-Ponta Delgada. No nosso
entender, isso é a consequência do mau desempenho da promoção
externa dos Açores nesse período”.
Mário Fortuna diz ainda
que esta é um rota que não é fácil de se repor, “diria que é
quase impossível replicar a Delta numa rota Nova Iorque-Ponta
Delgada, se é que alguém quererá repor esta rota. Temos que ter a
noção daquilo que perdemos”, finalizou.