"Houve constrangimentos nos cuidados de saúde na Madeira"
Covid-19
29 de out. de 2020, 18:02
— Lusa/AO Online
“Temos
de facto a nossa análise em termos de dados estatísticos do que foi a
diminuição do recurso aos serviços de urgência, que diminuiu próximo dos
46% porque estávamos num estado de emergência que se prolongou durante
45 dias”, disse o responsável.O governante
falava à margem da cerimónia comemorativa do Dia Mundial do Doente com
Acidente Vascular Cerebral (AVC), que decorreu na reitoria da
Universidade da Madeira.Pedro Ramos
acrescentou que, “provavelmente, houve sintomas que não foram
valorizados porque as pessoas não sabiam o grau de segurança que as
unidades de saúde estavam a transmitir na acessibilidade e na abordagem
das várias patologias e pode ter havido alguns atrasos no diagnóstico”.Mas,
adiantou, quando ocorreu a reorganização dos serviços de saúde na
Madeira, foram feitos esforços para “minimizar” o problema, com recursos
a consultas não presenciais, por telefone, e prescrição de medicamentos
via online.O secretário regional adiantou
que este recurso à telesaúde, “emergiu com esta pandemia e pode ser
utilizado no futuro no que diz respeito à prestação de serviços pelos
profissionais de saúde e a sua relação com os utentes”.O
governante insular salientou que “continuamos a viver durante esta
pandemia” e que a reunião de hoje relacionada com os Acidentes
Vasculares Cerebrais evidenciam que “o Serviço Regional de Saúde
(SESARAM) não tem estado parado”.Também
destacou que esta unidade de AVC na Madeira “é recente, sendo composta
por quatro médicos e 14 enfermeiros, tem duas especialidades envolvidas
[Medicina Interna e Neurologia], que tem vindo a crescer, tal como o
SESARAM se tem vindo a desenvolver”.O
responsável lembrou que foi criada, em 2008, a Via Verde do AVC, que tem
tratado muitos doentes e conseguiu “reduzir os internamento que eram
1200 para 900 e, entre 2018-2020, está nos 800 doentes”.“Cerca
de 30 a 40% conseguem ser tratados porque estão dentro daquela janela
terapêutica por esta unidade AVC”, sublinhou, destacando que é feito um
trabalho em colaboração com “todas as especialidade dentro do hospital
do Funchal”. “Esta unidade consegue tratar
dois tipos de situação, não só AVC isquémico, em que temos de retirar
um coágulo que obstruiu a artéria, mas também o hemorrágico, quando o
sangue sai pela fraqueza da artéria”, explicou, Pedro
Ramos apontou que o objetivo é que “os cidadãos tenham melhores métodos
saudáveis de vida”, passando pela redução do peso, atividade física,
melhor controlo de diabetes, hipertensão e insuficiência cardíaca,
alimentação saudável para que “estes fenómenos tendam a diminuir”.“A
morbilidade e mortalidade ainda são elevadas, mas com estas unidades e
possibilidades de serem tratados na região começámos a diminuir os
internamentos e os eventos”, realçou.