Hospital de São João no Porto atinge “marco histórico” com 53.720 cirurgias em 2021
6 de jan. de 2022, 13:15
— Lusa/AO Online
“Este
resultado constitui o maior número de doentes operados em 63 anos,
representando 8 a 10% de toda a produção nacional cirúrgica convencional
programada”, referiu a unidade hospitalar, em comunicado. Com
a suspensão da atividade eletiva não urgente e a reabertura dos centros
de saúde, o hospital anteviu um aumento da pressão, antecipou a
resposta e criou circuitos que permitissem o tratamento de todos os
doentes covid-19 e não covid-19, explicou. Nesse
sentido, o São João redimensionou a unidade pós-anestésica para dar
resposta à atividade eletiva e libertar camas de medicina intensiva,
otimizou a capacidade dos blocos operatórios, aumentou o número de salas
operatórias de ambulatório e ampliou a ambulatorização, iniciou a
monitorização domiciliária dos doentes operados, dinamizou a
hospitalização domiciliária e desenvolveu a app `My São João´,
esclareceu Elisabete Barbosa, diretora da Unidade Autónoma de Gestão
(UAG) de Cirurgia do CHUSJ, citada na nota de imprensa. “Terminámos
2021 com um aumento de 17% das cirurgias realizadas, correspondendo a
mais 7.898 cirurgias face a 2020. Houve uma redução significativa da
mediana de espera para 1,5 meses e, pela primeira vez, a resolução de
todos os doentes a aguardar cirurgia há mais de um ano, sendo que 94%
dos doentes foram operados dentro do Tempo Máximo de Resposta
Garantidos”, acrescentou. O centro
hospitalar registou também, em 2021, uma melhoria dos indicadores
relacionados com o tempo e qualidade de resposta aos doentes oncológicos
em estádios mais avançados por atraso no diagnóstico, sublinhou. Elisabete
Barbosa ressalvou que, apesar da pressão da pandemia, o centro
hospitalar realizou cirurgias inovadoras e diferenciadas ao nível de
centros mundiais de referência. “Fomos procurados por doentes e instituições para resolução dos casos mais complexos”, vincou. Com
a estabilização da Lista de Espera para Cirurgia e melhoria da
acessibilidade à cirurgia programada não foram, nos últimos meses,
emitidos vales cirúrgicos para o exterior, revelou. A
diretora da Unidade Autónoma de Gestão de Cirurgia lembrou que, desde
maio, inverteu-se este circuito e o hospital começou a receber doentes
de todo o país, em colaboração com outros hospitais do Serviço Nacional
de Saúde (SNS) e competindo com as instituições privadas e sociais.“Os
últimos dois anos foram de uma exigência inimaginável, mas as equipas
mantiveram o entusiasmo e a motivação, o que permitiu a recuperação da
atividade não realizada nos anos anteriores. O grande desafio para 2022
será a cirurgia robótica, projeto que perseguimos desde 2019 e que
iremos concretizar”, concluiu.