Hospital de Ponta Delgada sublinha que em cenários de crise sistema assenta no público
25 de out. de 2022, 14:41
— Lusa/AO Online
Intervindo
na sessão comemorativa do 23º aniversário do Hospital do Divino
Espírito Santo (HDES), Cristina Fraga sublinhou que, no último ano, a
pandemia de covid-19 "atingiu com enorme magnitude" a ilha de São
Miguel, com quase 100 pessoas internadas" e "recordes de afluência à
urgência"."De facto, ainda que falemos num
Sistema Regional de Saúde, que abrange público e privado, na verdade
quando acontecem cenários como o que vivemos no último ano, o sistema
assenta apenas no público", frisou a responsável.Cristina
Fraga agradeceu, por isso, a todos os que, perante este cenário de
crise, "ajudaram a que a população nunca deixasse de ter", no hospital
público, "o seu refúgio, seguro, onde a saúde pudesse ser
restabelecida"."Há um ano, salientei que a
missão deste conselho de administração foi a de levar mais saúde, a
tempo e horas, aos que sofrem, aos que aguardavam há demasiado tempo por
um exame, por uma consulta, por uma cirurgia", assinalou.Cristina
Fraga sublinhou que, de acordo com o relatório mensal de setembro de
2022 do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos
Açores (SIGICA), "é no HDES que se regista, mês após mês, a maior
descida na lista de espera cirúrgica, para todas as idades e tipos de
cirurgias"."Se compararmos o terceiro
trimestre de 2021 com o terceiro trimestre de 2022, o HDES diminuiu em
128 dias, a mediana de dias de espera por cirurgia (-28,7%) -de 506 dias
para 361 dias. Há menos 1.508 utentes em lista de espera (-18,7%) – de
8063 para 6555 utentes", indicou.No caso
das crianças, o HDES "reduziu, neste mandato (em 20 meses), em 70% o
número de crianças que aguardavam uma cirurgia há mais de um ano",
indicou."Se consultarmos o mapa de
responsabilidades de crédito do HDES no Banco de Portugal verificamos
que, em fevereiro de 2021, o montante em dívida era de 13,7 milhões de
euros. Agora, em setembro de 2022, é de 3.843 euros", revelou também.Cristina
Fraga, que destacou o “enorme trabalho de equipa” de mais de 2.200
pessoas no hospital de Ponta Delgada, revelou que a unidade de saúde tem
um projeto de criação de uma creche, um local onde os profissionais
possam deixar os filhos.Vão também ser
disponibilizadas duas bolsas de estudo para doutoramento e mestrado e
duas bolsas para licenciatura aos profissionais do hospital.Também
o presidente do Governo Regional dos Açores disse que o Serviço
Regional de Saúde "é prioritário" e "a referência do investimento
público".O serviço regional de saúde,
acrescentou, "estará sempre disponível assumindo-se liderante, mas
cooperante igualmente com a complementariedade de toda a oferta de saúde
disponível e instalada nos Açores e em cada uma das ilhas da componente
social e privada"."Temos a clara noção de
que, num sistema de saúde para os Açores há de priorizar enquanto seu
elemento decisivo o Serviço Regional de Saúde. A melhor forma de
operacionalizar o sistema de saúde ao serviço das pessoas e das
famílias", defendeu José Manuel Bolieiro.O
chefe do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM) considerou que é preciso
assegurar igualmente "a otimização da oferta de saúde liderada pelo
Serviço Regional de Saúde, potencialmente complementada pela oferta
social ou privada"."É assim que podemos otimizar capacidade instalada para melhor servir e cumprir a missão", salientou o social-democrata. José
Manuel Bolieiro realçou a disponibilidade do HDES para “o escrutínio”
quando, sobretudo, se está perante "uma missão que convoca cortar com
práticas que eventualmente tiveram o seu tempo e não justificam
continuidade, que exigem aperfeiçoamento, e nalguns casos, mesmo
rotura".