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Hospital de Ponta Delgada quer voltar a ter acreditação suspensa com incêndio

O hospital de Ponta Delgada, nos Açores, continua com a acreditação internacional suspensa devido ao incêndio de maio de 2024, mas a coordenadora do Serviço de Qualidade garantiu que a instituição está a trabalhar para recuperar a certificação


Autor: Lusa/AO Online

Ouvida na comissão de inquérito à recuperação do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), que decorre na Assembleia Regional, a coordenadora do Serviço de Qualidade, Maria Ana Costa Dias, confirmou que a acreditação internacional da Caspe Healthcare Knowledge Systems (CHKS) foi suspensa a pedido do próprio hospital devido ao incêndio.

“Estamos a negociar com o CHKS, é uma situação diferente, vamos equacionar, como é uma situação nova vamos ver quais as soluções. É de todo o interesse para o hospital continuar com o processo, mas em que moldes vai ser feito é uma coisa que ainda está a ser estudada”, afirmou Maria Ana Costa Dias.

A CHKS é um organismo internacional independente de acreditação de organizações de saúde de acordo com parâmetros de gestão, produtividade e experiência dos doentes.

A coordenadora do serviço de Qualidade do HDES adiantou que a CHKS visitou o hospital em fevereiro e confirmou que um das questões levantadas pelo organismo de acreditação foi o circuito dos doentes entre o edifício principal e a estrutura modular.

Segundo a responsável, a acreditação custou, num contrato de quatro anos, cerca de 67 mil euros ao HDES, tratando-se de um “investimento na segurança dos doentes”.

Na comissão de inquérito parlamentar, Maria Ana Costa Dias elogiou a transferência dos doentes realizada no dia do incêndio, em 04 de maio de 2024, considerando que a operação demonstrou que “no momento certo as pessoas sabiam o que tinham de fazer”.

“O que se passou com evacuação do hospital foi a prova que os profissionais sabiam o que fazer”, sublinhou.

A responsável disse ainda não ter “nenhum âmbito de atuação” a propósito de o alarme sonoro ter sido desligado da central de incêndios dias antes da ocorrência, mas lembrou que foram realizados vários simulacros ao longo dos anos.

“O hospital tem um plano de emergência e todos os serviços têm os seus planos de emergência, que são revistos e supervisionados pela área de gestão de riscos. O hospital também faz vários simulacros, ao longo dos anos fez sempre um simulacro por um ano”, acrescentou.

Maria Ana Costa Dias referiu também que o Serviço de Qualidade não esteve envolvido no processo de construção do hospital modular, defendendo que essa não era uma competência daquele serviço por ser uma “decisão de uma esfera superior”.

Segundo informação disponibilizada pelo HDES no ‘site’ oficial, a “acreditação é um processo de reconhecimento de que determinada instituição cumpre critérios específicos e atinge determinados padrões de qualidade”.

O maior hospital dos Açores, que obteve a primeira certificação da CHKS em 2007, considera que o processo permite determinar se uma unidade de saúde “corresponde às exigências de um conjunto de normas destinadas a melhorar a qualidade dos cuidados de saúde”.