Hospital de Ponta Delgada já pode monitorizar remotamente doentes de cardiologia
18 de mar. de 2024, 09:19
— Lusa/AO Online
Em
causa estão as ferramentas HeartLogic e Heart Connect System,
desenvolvidas pela Boston Scientific, que permitem acompanhar à
distância doentes com insuficiência cardíaca e portadores de
dispositivos cardíacos implantáveis (‘pacemaker’).“Esta
tecnologia é particularmente útil numa realidade arquipelágica como os
Açores, na qual existem ilhas apenas com centros de saúde sem
possibilidade de uma consulta presencial diferenciada no seguimento
deste tipo de dispositivos”, afirmou o médico cardiologista do
departamento de arritmologia do HDES André Monteiro, citado em
comunicado de imprensa, referindo-se ao Heart Connect System.Segundo
o clínico, com esta tecnologia pode ser “evitada a deslocação de um
utente” de outra ilha, se o problema puder “ser solucionado por
aconselhamento remoto”, ou pode ser orientada rapidamente a
transferência hospitalar, “se for identificado algo que apenas possa ser
resolvido noutro local”.Já a tecnologia HeartLogic possibilita a “monitorização remota contínua” de doentes com insuficiência cardíaca.Segundo
o hospital, ao utilizar sensores fisiológicos nos dispositivos
cardíacos, este algoritmo “identifica pacientes em risco de
descompensação cardíaca e permite realizar uma intervenção por parte da
equipa médica que segue o doente, de modo a evitar um internamento por
insuficiência cardíaca, que é uma das causas reconhecidas de aumento da
mortalidade na população”.Muitas das
intervenções poderão ser feitas “sem ser necessário o doente sair de
casa, apenas com um aconselhamento e orientação terapêutica via
telefone”.“O seguimento dos doentes com
insuficiência cardíaca e portadores deste tipo de dispositivos já de si
requer o seguimento por uma equipa multidisciplinar entre médicos,
técnicos de cardiopneumologia e enfermeiros, todos eles com uma
diferenciação própria. Neste sentido, esta tecnologia irá permitir uma
maior e melhor cooperação entre todos os profissionais de saúde
envolvidos”, explicou André Monteiro. Segundo
o diretor do serviço de cardiologia do HDES, Dinis Martins, estas
inovações não só melhoram a eficácia do seguimento médico, como também
capacitam os pacientes.“O acesso remoto
aos programadores dos dispositivos e a monitorização contínua permitem
que os pacientes participem ativamente no seu cuidado, promovendo uma
abordagem proativa à saúde”, sublinhou.