Hospital da Terceira contesta a injunção por dívida de 2,3 milhões de euros
29 de abr. de 2021, 16:51
— Lusa/AO Online
O
Conselho de administração do Hospital de Santo Espírito da Ilha
Terceira (HSEIT) avançou esta quinta-feira, por escrito, que “não reconhece a
totalidade do valor peticionado” pelo BFF Banking Group “e contestou a
referida injunção perante o Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta
Delgada, uma vez que, no referido procedimento estavam a ser reclamados
valores abrangidos por acordos de pagamento em vigor que estão a ser
cumpridos, e valores que já se encontravam pagos aos respetivos
fornecedores”.A reação surge depois de a
Lusa ter noticiado, na quarta-feira, que esta unidade tinha sido alvo de
uma injunção por uma dívida de cerca de 2,3 milhões de euros ao BFF
Banking Group, marca comercial da Banca Farmafactoring.A
Lusa tentou, na altura, contactar a administração do hospital, que não
quis prestar declarações, mas veio hoje esclarecer que o procedimento
“decorreu sem qualquer aviso ou negociação prévia por parte do referido
fornecedor”.Segundo o HSEIT, a injunção no valor de 2.295.528,23 euros foi apresentada em janeiro.O
Portal Citius explica que uma "injunção é um procedimento que permite a
um credor de uma dívida ter um documento (a que se chama título
executivo) que lhe possibilita recorrer a um processo judicial de
execução para recuperar junto do devedor o montante que este lhe deve"."Após
a apresentação do requerimento de injunção pelo credor, o eventual
devedor é notificado desse requerimento e, se não se opuser ao mesmo, é
emitido o referido título executivo. Caso se oponha, o processo é
remetido para um tribunal", lê-se no portal de justiça.Esse
procedimento deu entrada no referido tribunal em 19 de abril,
“aguardando-se os subsequentes trâmites legais”, sublinha a
administração.Em resposta escrita à Lusa, o
BFF Banking Group afirmou, na quarta-feira, que "privilegia o diálogo e
a flexibilidade na procura de uma solução conjunta e razoável com os
seus devedores" e só "quando tal negociação não é possível" é que "se vê
obrigado a ativar os mecanismos legais em vigor para assegurar os
pagamentos devidos".Os cerca de 2,3
milhões de euros reclamados pelo grupo dizem respeito "a uma dívida que
ultrapassara já o prazo legal em vigor para o seu pagamento, assim como a
valores relativos a juros e outros encargos financeiros adicionais
previstos no enquadramento jurídico, e aplicáveis a todos os pagamentos
que se processem fora dos prazos contratual e legalmente previstos",
esclareceu a empresa.A Banca
Farmafactoring - Sucursal em Portugal "adquire créditos comerciais que
são devidos pelas Administrações Públicas aos seus fornecedores através
de serviços de 'factoring' sem recurso, de modo a apoiar as empresas a
manter o equilíbrio das suas tesourarias e assegurar liquidez e capital
circulante, assim como diminuindo o impacto que os atrasos nos
pagamentos por parte das Administrações Públicas têm sobre a viabilidade
das mesmas".