Hospital da Horta rejeita clima de mal-estar interno mas critica alguns médicos
1 de fev. de 2019, 10:07
— Lusa/AO Online
"Recuso
a ideia de que há mal-estar global. Há apenas algumas pessoas
insatisfeitas, como há em qualquer organização, pessoas essas que, sendo
da classe médica, também têm a facilidade do mediatismo, mas que não
são representativas dos mais de 500 funcionários que trabalham no
Hospital da Horta", garantiu aquele administrador, em declarações aos
jornalistas, na sede do parlamento açoriano, na cidade da Horta.João
Morais e os restantes membros da administração do Hospital da Horta
foram ouvidos pelos deputados da Comissão de Assuntos Sociais da
Assembleia Regional, por proposta do Bloco de Esquerda, na sequência de
críticas vindas a público sobre as dificuldades no acesso aos cuidados
de saúde naquele estabelecimento hospitalar.O
administrador disse ter tido conhecimento de algumas críticas através
da comunicação social, nomeadamente de um suposto abaixo-assinado,
subscrito por vários profissionais de saúde, que exigia a demissão do
atual conselho de administração, mas garantiu nunca ter recebido o
documento."Aquilo
que sabemos é aquilo que vem na comunicação social, mas, até ao
momento, não há nenhum documento com assinaturas que configure um
abaixo-assinado, que tenha chegado ao conhecimento do Conselho de
Administração, para que a gente também se pudesse pronunciar", assegurou
João Morais.O
diretor clínico do Hospital da Horta, Rui Suzano, também presente na
audição parlamentar, fez questão de esclarecer que "alguns médicos"
daquela unidade de saúde se sentem "ameaçados" pela administração, por
causa de medidas implementadas com o sentido moralizar o acesso aos
cuidados de saúde."Há
uma promiscuidade entre o público e o privado", acusou Rui Suzano,
referindo casos concretos de médicos do Hospital da Horta que
facilitavam a entrada de pacientes no Serviço Regional de Saúde, através
de clínicas privadas, para as quais também prestam serviços e outros
que, recebendo prevenções médicas, "levam oito horas para se
apresentarem ao serviço".O
presidente do conselho de administração explicou também que os dados
estatísticos comprovam a melhoria que se tem verificado no acesso aos
cuidados de saúde no Hospital da Horta, dando como exemplo o crescimento
de 26% no número de consultas e de 48% no número de cirurgias, entre
2012 e 2018.