Hospital da Horta obrigado a cancelar cirurgias por falta de climatização no bloco
30 de ago. de 2018, 15:43
— Lusa/AO Online
"O
excesso de temperatura e de humidade é prejudicial, uma vez que não é
só um incómodo para os profissionais, que têm de estar concentrados e
bem fisicamente, durante as intervenções, como correm o risco de a
transpiração cair sobre os doentes, sobretudo quando há implantação de
próteses", justificou o diretor clínico do Hospital da Horta, Rui
Suzano, em declarações à Lusa.Por
essas razões, a administração daquela unidade de saúde, que abrange os
utentes de quatro ilhas (Faial, Pico, Flores e Corvo), deu indicações
aos médicos para não efetuarem intervenções prolongadas e para
"suspenderem as intervenções cirúrgicas nos dias mais quentes e mais
húmidos".Rui
Suzano referiu, porém, que o número de cirurgias canceladas devido à
avaria no sistema de refrigeração é residual, quando comparado com as
estatísticas dos anos anteriores, e estimou recuperar os níveis de
produção cirúrgica até ao final do ano."Obviamente
que há intervenções que foram canceladas", admitiu o diretor clínico,
acrescentando que a administração e os profissionais de saúde farão
"todos os esforços" para que esses casos sejam "solucionados até ao
final do ano", quer no âmbito da produção normal, quer através de
"produção acrescida".Em
causa está uma avaria do aparelho de refrigeração do bloco operatório
que, segundo Rui Suzano, já não pode ser reparado, o que obriga à sua
substituição (já prevista no novo concurso para a construção do centro
de saúde, que será construído junto ao hospital)."Vamos
esperar que o concurso se resolva no mais curto espaço de tempo e
esperar que, de facto, as condições climatéricas possam melhorar, para
que os dois aparelhos de 'back up' consigam manter o bloco operacional",
adiantou o profissional de saúde, lamentando que não seja possível
adquirir num mercado um aparelho de refrigeração provisório para
colmatar esta avaria.O
diretor clínico do Hospital da Horta afirmou, no entanto, que a avaria
no sistema de refrigeração não origina o surgimento de bactérias
hospitalares, ao contrário do que tem sido comentado por alguns utentes."As
bactérias hospitalares são mais resistentes, têm maior capacidade de
agressão, mas são mais ou menos as mesmas que existem no exterior do
hospital", explicou Rui Suzano, sublinhando, porém, que o Hospital da
Horta "não tem maior número de infeções" e que "nem o facto de haver
mais humidade ou mais calor" fará com que a taxa de infeções aumente.O
Hospital da Horta, explicou, é monitorizado por instituições nacionais e
os dados revelados até agora demonstram que a percentagem de bactérias
hospitalares existente naquela unidade de saúde é semelhante ao resto do
país.