Hospitais públicos gastaram mais de 1.116 M€ em medicamentos no 1.º semestre
6 de ago. de 2024, 11:22
— Lusa/AO Online
Segundo
dados do Infarmed divulgados, os hospitais gastaram mais 126,5
milhões de euros entre janeiro e junho deste ano do que no período
homólogo.Em todo o ano passado, as despesa
dos hospitais públicos com medicamentos atingiu os 1.959 milhões de
euros (M€), o valor mais alto da última década.O
relatório de monitorização do mercado de medicamentos referente ao
âmbito hospitalar indica que, por área de prestação, a consulta externa e
produtos cedidos ao exterior foi a que teve maior peso na despesa
(43,9%), com mais de 490 M€, uma subida de 11,6% relativamente ao
período homólogo.Segue-se o hospital de
dia, com uma despesa superior a 424 M€ em medicamentos (+14,5%), o
internamento, com mais de 96 M€ (+3,1%), e o bloco operatório, com mais
de 17 M€ (+23%).A área de prestação onde
mais subiu a despesa com medicamentos foi a dos cuidados de saúde
primários, onde o valor aumentou mais de 300%, ultrapassando os 15
milhões de euros.Por unidade de saúde, a
Unidade Local de Saúde de Santa Maria foi a que mais gastou em
medicamentos no primeiro semestre do ano, com mais de 133 milhões de
euros, seguida pela ULS de São José, com 99,2 milhões de euros, a ULS de
Coimbra (98,7M€) e a ULS de São João (83,9M€).Por
área terapêutica, a Oncologia é a que assume o maior peso (33%), com
uma despesa superior a 368 M€, uma subida de 16,6% (mais 52,5M€)
relativamente ao primeiro semestre do ano passado, seguida da área do
VIH, com mais de 121 M€ (+11,9%, +13M€).Por
classe terapêutica, a dos medicamentos imunomoduladores, que atuam no
sistema imunológico, foi a que teve maiores encargos (389,8 M€), seguida
da dos citotóxicos, usados na oncologia para destruir células tumorais
(137,2 M€).Por substância ativa, a que
teve maior aumento da despesa nos hospitais foi a pembrolizumab, um
anticorpo usado na imunoterapia contra o cancro, cuja despesa cresceu
42% no primeiro semestre do ano, ultrapassando os 52M€. Nos cuidados de
saúde primários foi a vacina contra o meningococo, cujo encargo disparou
319,4%, ultrapassando os 3,9 milhões de euros.O
número de unidades consumidas nas unidades do SNS mostra uma tendência
de crescimento, com mais 9,3% nos primeiros seis meses do ano, à
semelhança do número de embalagens de medicamentos dispensadas no
mercado comparticipado de ambulatório (+3,6%).Os
dados do Infarmed indicam ainda que a utilização de medicamentos
biossimilares em meio hospitalar atingiu os 77,5% no primeiro semestre
do ano, o valor mais elevado registado em 2024. As substâncias ativas
Filgrastim, Infliximab e Bevacizumab ocuparam o top 3, ao atingirem
quotas de utilização superiores a 90%.