Hospitais e Unidades de Saúde com mais de 800 reclamações

17 de mar. de 2023, 06:50 — Paula Gouveia

Os três hospitais e as nove Unidades de Saúde de Ilha (USI) dos Açores receberam, em 2022, 872 reclamações no total.Destas mais de oito centenas de queixas, 542 são referentes aos hospitais açorianos e 330  aos centros de saúde, sendo de realçar, da análise dos dados disponibilizados pela Direção Regional de Saúde, que é em relação ao Hospital Divino Espírito Santo (HDES) e à Unidade de Saúde de Ilha de São Miguel que há mais reclamações, uma vez que só o hospital recebeu 391 queixas e a USI de São Miguel outras 181 queixas.O maior número de reclamações são feitas em relação a aspetos técnicos e funcionais (254  nos hospitais e 242 nas USI) - nesta categoria é a demora e a qualidade do atendimento (99 e 90 queixas respetivamente nos hospitais) as mais frequentes.O acesso aos hospitais é a segunda queixa mais frequente nas unidades hospitalares, enquanto nas Unidades de Saúde de Ilha são os aspetos relacionais os que geram mais reclamações (55 ) logo a seguir aos aspetos técnicos e funcionais já referidos.A falta de pessoal (24) é a terceira queixa mais frequente nos centros de saúde, enquanto nos hospitais é a gestão de estruturas e equipamentos (24). As queixas relativas a aspetos relacionais nos hospitais (20) surgem logo a seguir a questões relacionadas com leis e normas (23). De salientar que o número de reclamações diminuiu no ano passado, em relação a 2021, ano em que foram feitas 604 queixas nos hospitais e 355 nas Unidades de Saúde de Ilha (959 no total). E, isto acontece depois de um ano de significativa quebra do número de reclamações  - o primeiro ano da pandemia de Covid-19 (2020) teve apenas 640 reclamações no Serviço Regional de Saúde, quando no ano anterior tinha havido mais de 1000 reclamações nos hospitais e centros de saúde da Região (709 nos hospitais e 386 nas USI). Um facto a que não é alheio o “travão” colocado nos cuidados de saúde prestados nestes serviços para dar prioridade à resposta à Covid-19, doença sobre a qual não havia ainda muita informação disponível, nem vacina para administrar, e para a qual foi direcionada uma grande parte dos recursos humanos do Serviço Regional de Saúde; aliado às próprias medidas  adotadas para conter a propagação da doença na comunidade.