Homicídios aumentaram 123,3% no primeiro semestre de 2022 em Caracas
Venezuela
1 de ago. de 2022, 15:11
— Lusa/AO Online
“Durante
o primeiro semestre do ano 2021, ocorreram 90 homicídios na capital do
país, 30 dos quais pelas forças de segurança do Estado. Este número em
comparação com o primeiro semestre deste ano (com 201 homicídios
registados) representa um aumento de 123,3%”, refere o registo de
Homicídios na área metropolitana de Caracas publicado pelo observatório.
Segundo o OVV, e em relação aos primeiros
seis meses do ano em curso, 32 homicídios foram contabilizados em
janeiro de 2022, 28 em fevereiro, 35 em março, 30 em abril, 48 em maio e
28 em junho.“Na região capital, 20% dos
homicídios contabilizados foram cometidos em resultado de conflitos
familiares e de casal, enquanto 18% foram atribuídos a grupos de
criminosos organizados, 16% a assaltos e 9% à criminalidade comum ou a
pequenas quadrilhas”, indica o documento.A
cidade de Caracas tem 777 km2, mais de 3,5 milhões de pessoas e cinco
municípios: Libertador (o maior de todos), Sucre, Baruta, Chacao e El
Hatillo.O município que registou mais
homicídios, no primeiro semestre de 2022, foi o de Libertador com 132
vítimas, seguindo-se Sucre (42), Chacao (17), Baruta (8) e El Hatillo
(2).Das 32 freguesias que tem a capital da
Venezuela, as mais violentas foram Petare, Chacao, El Recreo, Sucre e
Antímano com 29, 17, 15,14, 11 homicídios, respetivamente.El Paraíso e Coche registaram 10 homicídios cada uma e as restantes menos de 10 vítimas.O
OVV atribui o aumento de casos de homicídio à situação de
flexibilização pós-pandemia da covid-19, à retoma da atividade comercial
e a uma menor presença policial nas ruas."Existiu
uma reativação dos setores económicos e isso teve um impacto na
violência. Quando existiam restrições (devido à pandemia), as pessoas
evitavam sair das suas casas, nem todas as lojas estavam abertas e havia
uma maior presença policial nas ruas, algo distinto do que ocorreu nos
primeiros seis meses deste ano”, explicou o porta-voz do OVV, em
declarações aos jornalistas.Segundo Pedro
Rengifo, a reativação económica tem dado oportunidades aos grupos
criminosos para cometer crimes, como “assaltos a estabelecimentos
comerciais" que "muitas vezes terminam em homicídios e situações de
violência”.