Hoje é dia de marchas pela eliminação da violência contra mulheres
25 de nov. de 2017, 15:52
— AO/Lusa
A
ministra da Justiça, Francisca Van Dunen; o ministro da Administração
Interna, Eduardo Cabrita e a ministra da Modernização Administrativa,
Maria Leitão Marques, estarão entre as pessoas que se concentrarão a
partir das 16:00 no largo do Intendente, em Lisboa, para caminhar até ao
Rossio, uma iniciativa de várias organizações, entre as quais a União
de Mulheres Alternativa e Resposta. Em
Portugal, dezoito mulheres foram assassinadas e 23 foram vítimas de
tentativa de homicídio em 2017, ano que apresenta a taxa mais baixa de
incidência dos últimos 14 anos registada pelo Observatório das Mulheres
Assassinadas (OMA), foi divulgado esta semana. De
acordo com dados da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima divulgados
na sexta-feira, quase 30 mil pessoas vítimas de violência doméstica, na
maioria mulheres, foram apoiadas entre 2013 e 2016. Números
do Ministério da Justiça divulgados na sexta-feira indicam que o
Sistema Nacional Vigilância Eletrónica assegurava, em setembro deste
ano, a execução de mais de 500 decisões judiciais de proibição de
contactos por crimes de violência doméstica.Nove
em cada dez vítimas de violência doméstica não pedem ajuda ao sistema
público de apoio, por desconhecimento, isolamento ou dificuldades no
acesso aos serviços, disse à Lusa Elisabete Brasil, da UMAR.Segundo
as “Estatísticas APAV – Vítimas de Violência Doméstica 2013-2016”, a
grande maioria dos casos (95,4%) foram atos criminais, como maus-tratos
psíquicos (38,1%), físicos (26,5%%) e ameaças ou coação (17,3%). A
APAV apoiou ainda 120 casos de abuso sexual de crianças, 37 de abuso
sexual de menor dependente e 13 de abuso sexual de “pessoa incapaz de
resistência” e registou 16 homicídios. No Porto, Coimbra e outras capitais de distrito estão também previstas marchas contra a violência durante a tarde.Na
Madeira, onde mais de 400 pessoas, 95% de mulheres, estão a a ser
acompanhadas, o dia internacional será assinalado com uma sessão na
Câmara Municipal de Machico intitulada "Educar para prevenir a violência
doméstica" e uma caminhada no centro do Funchal promovida pelo Conselho
Municipal para a Igualdade de Género.A
diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, considerou
que a avalancha de denúncias de assédio sexual que atinge o mundo do
cinema, da música ou televisão nos Estados Unidos está “apenas no
começo”.Em
entrevista à agência de notícias francesa AFP, Phumzile Mlambo-Ngcuka
afirmou que os comportamentos vão mudar depois de numerosas mulheres
terem quebrado o silêncio para revelar as histórias ou expressar a sua
vontade de ver o fim dos abusos.