'Histórico' Rui Patrício 'pendura' as luvas no momento certo e com orgulho
12 de dez. de 2025, 17:53
— Lusa/AO Online
“É
um dia marcante na minha vida. Este foi o momento para o fazer e estou
muito feliz. Tomei a decisão de deixar o futebol porque é isso que quero
fazer agora. Podia ter continuado. Tive convites, mas queria terminar
agora. Comecei muito novo, aos 18 anos, na alta competição e agora quero
fazer outras coisas. Foi uma decisão ponderada”, afirmou Rui Patrício.O
agora antigo guardião, que com Portugal conquistou o Euro2016, a Liga
das Nações de 2019 e tornou-se no guarda-redes mais internacional de
sempre com 108 jogos, falava aos jornalistas após a cerimónia que
decorreu na Cidade do Futebol, sede da Federação Portuguesa de Futebol
(FPF), em Oeiras.Patrício, que a nível de
clubes representou Sporting, Wolverhampton, Roma, Atalanta e Al Ain,
deixou no museu da FPF as chuteiras e as luvas que utilizou na final do
Europeu de 2016, em Paris, e recebeu do presidente Pedro Proença a
medalha de mérito do organismo, bem como um troféu e uma camisola a
assinalar as 108 internacionalizações.“Vou
continuar ligado ao futebol, mas agora quero aproveitar o que não tive
durante a carreira, que é estar com a família e filhos. Quero desfrutar.
Depois de estar aqui vou, por exemplo, para a festa de natal dos meus
filhos, algo que antes não podia fazer”, referiu.Para
Patrício, o melhor momento da carreira aconteceu precisamente na final
do Euro2016, no Stade de France, quando fez uma grande defesa a um
cabeceamento de Griezmann, intervenção que manteve, na altura, o 0-0 no
marcador, surgindo depois o golo eterno de Éder já no prolongamento
(1-0).“Esse foi o momento mais importante
por tudo o que veio a seguir. Foi a defesa que fiz na minha carreira que
teve mais impacto. Acabo a carreira orgulhoso. Joguei onde tinha de
jogar, joguei o que tinha de jogar”, concluiu.Para
já, de acordo com Pedro Proença, que apelidou o antigo guardião de
“lenda”, Patrício vai continuar ligado à FPF “noutras
responsabilidades”.Na Cidade do Futebol, a
cerimónia de despedida de Rui Patrício contou com vídeos dos melhores
momentos da carreira do ex-jogador nascido em Leiria e teve a presença
da sua família, mas também de antigos colegas de seleção, como Adrien,
Daniel Carriço, Marco Caneira, Ricardo e Éder, bem como do presidente do
Sporting, Frederico Varandas.Lado a lado a
assistir estiveram o atual selecionador, Roberto Martínez, Fernando
Santos e Paulo Bento, que comandaram Patrício na seleção nacional.Bento,
quando comandava o Sporting, foi mesmo o treinador responsável pelo
início da carreira profissional do ex-guardião e também foi quem lançou
Patrício na baliza de Portugal.“Na altura,
sabíamos que estávamos perante alguém com qualidades enormes a nível
técnico, táticos, físicas, emocionais e mentais. Com uma capacidade de
trabalho e profissionalismo tremendo. Foi isso que o levou a construir
uma carreira extraordinária”, disse Paulo Bento aos jornalistas.Já
Fernando Santos, que com Rui Patrício conquistou o Euro2026 e a Liga
das Nações de 2019, confessou que foi dos melhores guarda-redes com que
trabalhou durante a sua carreira de treinador. “Fez
um percurso notável e foi fundamental na conquista do Europeu e da Liga
das Nações como guarda-redes. Foi mais importante como homem e o que
representava dentro do grupo de trabalho com a sua humildade, vontade e
espírito de sacrifício. Era um dos lideres da equipa na minha altura”,
afirmou.Rui Patrício estava sem clube
desde o final de junho, quando deixou o Al Ain, dos Emirados Árabes
Unidos, ao serviço do qual realizou somente dois encontros, ambos no
Mundial de clubes, depois de ter jogado nos italianos da Atalanta na
época 2024/25.O ex-guardião fez a formação
no Sporting e representou a equipa principal dos ‘leões’ durante 12
anos, entre 2006/07 e 2017/18, num total de 467 jogos em todas as
competições, sem nunca ser campeão nacional, mas em que arrecadou duas
Taças de Portugal (2007/08 e 2014/15), duas Supertaças Cândido de
Oliveira (2008 e 2015) e uma Taça da Liga (2017/18).