‘Herói’ improvável ‘acendeu’ a Luz sobre o título do FC Porto
7 de mai. de 2022, 20:12
— Lusa/AO online
O lateral
esquerdo nigeriano, tantas vezes olhado como ‘patinho feio’ do conjunto
orientado por Sérgio Conceição, deu o melhor seguimento a um
contra-ataque dos portistas já em cima do apito final e ajudou a
‘arrancar’ a festa em pleno Estádio da Luz, tal como Freddy Guarín e
Hulk tinham feito em 2011.À
penúltima ronda, o FC Porto ‘carimbou’ a conquista do 30.º título
nacional e ainda alcançou o 100.º triunfo sobre o rival lisboeta,
naquele que foi o 250.º ‘clássico’ entre as duas equipas, que permite
aos ‘azuis e brancos’ chegarem aos 88 pontos, provisoriamente mais nove
do que o Sporting, segundo colocado, que hoje joga em Portimão e que,
com este resultado, já não tem qualquer possibilidade de igualar os
‘dragões’ no topo.Com
estes 88 pontos, o FC Porto iguala o recorde de pontuação na I Liga que
ele próprio, em 2017/18, e o Benfica, em 2015/16, estabeleceram, sendo
que o novo campeão nacional pode ainda impor um novo máximo, caso pontue
na última ronda, com o Estoril Praia.Já
o Benfica, que somou o nono encontro seguido sem conseguir bater os
portistas (sete derrotas e dois empates), está a consideráveis 17 pontos
de distância do líder, podendo ainda ficar a 11 do segundo posto, caso
os 'leões' vençam o Portimonense.Se
Nélson Veríssimo operou cinco alterações relativamente ao ‘onze’
benfiquista que jogou nos Barreiros, com as entradas de Gilberto,
Grimaldo, Lázaro, Taarabt e Gonçalo Ramos para os lugares de André
Almeida, Sandro Cruz, João Mário, Paulo Bernardo e Everton, o técnico do
FC Porto, Sérgio Conceição, limitou-se a alterar uma ‘peça’, lançando o
lateral direito João Mário em detrimento de Fábio Vieira.Com
esta mudança nos ‘dragões’, o extremo brasileiro Pepê, que vinha sendo
titular naquela posição mais recuada, subiu no terreno, perante um
adversário que se apresentou com os habituais laterais, Gilberto e
Grimaldo, e ainda reforçou as alas com Lázaro e Gil Dias.Apesar
do ligeiro domínio do Benfica no arranque do encontro, a melhor ocasião
de golo na primeira parte pertenceu ao FC Porto, quando Taremi surgiu
na ‘cara’ de Vlachodimos, mas perdeu o duelo com o guardião grego, que
logo de seguida foi obrigado a travar um remate – mais inofensivo – de
Evanilson.Quem
esperava um ‘clássico’ repleto de intensidade e emoção, enganou-se
redondamente, tal foi a falta de qualidade e discernimento das duas
equipas, que pareciam quase sempre mais interessadas em alimentar
‘tricas’ e ver o tempo passar.Para
isso, contribuiu – e muito – a forma como o árbitro Luís Godinho foi
conduzindo a partida, apitando a tudo e mais alguma coisa, e travando o
ritmo, já de si baixo, de um encontro que terminou com 38 faltas
assinaladas e 14 cartões amarelos mostrados.Se
no primeiro tempo Evanilson não fez mais do que obrigar Vlachodimos a
‘ir ao chão’, logo nos instantes iniciais da segunda parte conseguiu
encontrar o ‘itinerário’ perfeito para o golo, só que o guardião
benfiquista ‘voou’ para segurar o ‘nulo’.A
resposta das ‘águias’ surgiu pelo ‘suspeito do costume’, Darwin Núñez,
que deu o melhor seguimento a um passe sublime de Otamendi, fez tudo bem
dentro da área e bateu Diogo Costa, vendo a ‘festa’ ser anulada pelo
videoárbitro (VAR), que descortinou dois centímetros (menos do que uma
polegada) de infração na posição do uruguaio.Com
mais de meia hora para se jogar, o ‘clássico’ continuou muito
‘nervoso’, com constantes paragens, de tal forma que só na parte final
foi possível vislumbrar alguns lances de perigo, primeiro com Vítor
Ferreira a ficar perto de marcar e, depois, com Grimaldo a obrigar Diogo
Costa a intervenção decisiva para evitar o tento ‘encarnado’.O
mesmo Grimaldo ainda tentou visar a baliza portista num livre, mas sem
sucesso, e seria precisamente de um canto apontado pelo lateral espanhol
que viria a nascer um golo, só que na baliza contrária: Pepe afastou a
bola nas ‘alturas’, Pepê arrancou que nem uma ‘flecha’ na direção da
baliza de Vlachodimos e assistiu Zaidu para o tento decisivo.