Hélder Rodrigues regressa à competição mas nas quatro rodas
Dakar2023
30 de dez. de 2022, 09:52
— Lusa/AO Online
Com 11
participações no palmarés em motas, entre 2006 e 2017 (a edição de 2008
foi cancelada devido a uma ameaça terrorista) e 10 resultados entre os
10 primeiros (em 2015 foi 12.º), o piloto de Sintra é um dos mais
cotados representantes nacionais em prova.No
entanto, desta vez participa em quatro rodas pela primeira vez, na
categoria T3, a dos SSV, para protótipos (a T4 é para veículos derivados
de série).“Tudo se conjugou para que a
decisão fosse fácil. O Gonçalo [Reis] estava preparado para ser
navegador, a equipa South Racing fica à beira de minha casa e há muitas
corridas em Portugal para poder treinar”, explicou o piloto natural de
Sintra antes da partida para o Dakar.Prestes
a completar 44 anos, Hélder Rodrigues conta no palmarés com dois pódios
na prova (2011 e 2012, anos em que foi terceiro classificado nas duas
rodas), o triunfo na Taça do Mundo de todo-o-terreno em 2011 e uma
vitória na classe de 125cc nos Seis Dias Internacionais de Enduro de
2003, por Portugal.No Dakar, soma oito
vitórias em etapas, além de ter ajudado a Honda, juntamente com Ruben
Faria, no papel de diretor, a vencer a prova em 2020 e 2021.“Estou
feliz por estar de novo em competição no Dakar. A primeira vez nas
quatro rodas será um grande desafio para mim, depois de tantos anos nas
duas rodas”, frisou o sintrense, antes da partida para a Arábia Saudita,
onde começa a prova se disputa pelo quarto ano consecutivo.Os
SSV são “uma categoria muito forte e competitiva, com muitos pilotos e
marcas”, mas o seu objetivo é “fazer um bom resultado à geral”.“Estou
integrado na South Racing, que venceu cinco vezes a prova. A oficina da
equipa é a dois quilómetros de minha casa. É tudo feito em Portugal.
Sou piloto semioficial. Vou com todas as condições em termos de trabalho
e de material. As ajudas não são muitas, mas o projeto ainda está a
começar”, explicou.Hélder Rodrigues é um dos 17 pilotos de origem portuguesa a participarem na 45.ª edição do rali, entre motas, carros e camiões.Nas
duas rodas competem Rui Gonçalves (Sherco), Joaquim Rodrigues Jr.
(Hero), António Maio (Yamaha), Mário Patrão (KTM) e o luso-germânico
Sebastian Buhler (Hero).Nos automóveis
participam os navegadores Paulo Fiúza (co-piloto do lituano Vaidotas
Zala, num Hunter), e José Marques (navegador do lituano Gintas Petrus,
num Chevrolet).Nos SSV, para além da dupla
Hélder Rodrigues/Gonçalo Reis (BRP Can-Am), participam ainda o campeão
nacional de todo-o-terreno em automóveis, João Ferreira, que será
navegado por Filipe Palmeiro (Yamaha), para além de Ricardo Porém,
navegado pelo espanhol Augusto Sanz (Yamaha), enquanto Paulo Oliveira
(que corre com licença moçambicana) terá como copiloto o espanhol Miguel
Alberty (Can-Am Maverick).Já Pedro
Bianchi Prata será o navegador do piloto brasileiro Bruno Conti de
Oliveira (BRP Can-Am), e Fausto Mota, que corre com licença espanhola,
navega o brasileiro Cristiano Batista (BRP Can-Am).Nos
camiões, José Martins está inscrito como piloto num Iveco do Team
Boucou, com o navegador francês Jeremie Gimbre e o mecânico gaulês Eric
Simonin.Ainda nos camiões, Armando
Loureiro será copiloto num MAN com o piloto francês Sebastien Fargeas e
com o mecânico francês Luc Fertin.Além de
Hélder Rodrigues, António Maio parte com a ambição de ser o melhor
piloto privado e melhorar o 21.º lugar conseguido em 2022.“Estar
à partida já é uma excelente vitória. Foi um ano atípico, muito bom a
nível familiar, mas que me tirou algum tempo para me preparar. Mas estou
bastante motivado, bem fisicamente, com o objetivo de melhorar os
resultados das últimas edições. Este ano temos melhores condições”,
frisou o piloto alentejano, militar da GNR.Maio,
que se sagrou campeão nacional de todo-o-terreno pela sétima vez em
2022, aproveitou o fim da equipa oficial da Yamaha para “adquirir
algumas coisas, como mota e peças”.“Há a
possibilidade de dormir no camião da equipa, o que nunca tinha
acontecido, e que permite descansar melhor”, explicou ainda, antes da
quarta participação no rali.Ainda nas
motas, destaque também para o transmontano Rui Gonçalves, um dos homens
oficiais da Sherco, que foi 24.º em 2022 e agora vai para a sua terceira
participação.A 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno começa no dia 31 de dezembro, em Sea Camp, terminando a 15 de janeiro, em Dammam.