Hamas disposto a libertar todos os reféns em troca do fim da guerra em Gaza
Médio Oriente
14 de abr. de 2025, 12:43
— Lusa/AO Online
Uma
delegação do Hamas encontra-se atualmente no Cairo para conversações
com funcionários egípcios e do Qatar que, juntamente com os Estados
Unidos, estão a mediar uma trégua no território palestiniano.“Estamos
dispostos a libertar todos os [reféns] israelitas no âmbito de um
verdadeiro acordo de troca de prisioneiros, em troca do fim da guerra,
da retirada das forças israelitas da Faixa de Gaza e da entrada de ajuda
humanitária”, declarou à AFP Taher al-Nounou, dirigente do movimento
islamita.No entanto, al-Nounou acusou Israel de obstruir os progressos no sentido de um cessar-fogo.“O
problema não é o número” de reféns a libertar, disse, “mas sim o facto
de [Israel] estar a renegar os seus compromissos, bloqueando a
implementação do acordo de cessar-fogo e continuando a guerra. É por
isso que o Hamas insiste na necessidade de garantias para obrigar
[Israel] a respeitar o acordo”, acrescentou.De
acordo com o portal de notícias israelita Ynet, foi apresentada uma
nova proposta ao Hamas, que implicaria a libertação de 10 reféns vivos
em troca de garantias norte-americanas de que Israel iniciará
negociações sobre uma segunda fase do cessar-fogo.Na
primeira fase das tréguas, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram
libertados 33 reféns, oito dos quais mortos, em troca da libertação por
Israel de cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.Até
à data, os esforços para restabelecer o cessar-fogo têm esbarrado em
divergências quanto ao número de reféns que o Hamas deve libertar.Taher al-Nounou afirmou também que o Hamas não se desarmará, uma das condições impostas por Israel para pôr termo à guerra.“As armas da resistência não são objeto de negociação”, afirmou.A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel a 07 de outubro de 2023.O
ataque provocou a morte de 1.218 pessoas do lado israelita, a maioria
civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais. Das 251 pessoas raptadas na altura, 58 continuam detidas em Gaza, 34 das quais mortas, segundo o exército.Domingo,
o Ministério da Saúde do Hamas anunciou que pelo menos 1.574
palestinianos tinham sido mortos desde o recomeço das operações
militares israelitas a 18 de março, elevando para 50.944 o número de
mortos em Gaza desde o início da resposta israelita, há 18 meses.