Hamas avisa que bombardeamentos israelitas põem reféns em perigo

Médio Oriente

16 de jan. de 2025, 17:00 — Lusa/AO Online

"Nesta fase, qualquer agressão, qualquer bombardeamento, corre o risco de transformar [a situação dos reféns] numa tragédia", declarou Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Ezzedine al-Qassam, referindo que os ataques israelitas de hoje visaram um local onde uma das prisioneiras estava a ser mantida, sem mais detalhes.A trégua, anunciada na quarta-feira pelos mediadores Qatar e Estados Unidos, deverá entrar em vigor no domingo e prevê, numa fase inicial de seis semanas, a libertação de 33 reféns mantidos pelo Hamas, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos em cadeias israelitas.No entanto, à medida que surgem divergências sobre o conteúdo do acordo dentro do Governo israelita, o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, acusou o Hamas de protelar as conversações ao renegar certos pontos do entendimento, o que o movimento islamita negou firmemente.O acordo ainda tem de ser aprovado por votação no executivo israelita.Um responsável israelita, citado pela agência noticiosa espanhola EFE, avançou entretanto que o Governo israelita vai reunir-se sexta-feira para aprovar o acordo de cessar-fogo.A Defesa Civil de Gaza informou que, desde o anúncio do acordo, Israel intensificou os seus ataques em todo o território e registou pelo menos 80 mortos em bombardeamentos.O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, indicou que a sua agência tinha recuperado os corpos de cinco crianças após um novo ataque na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.O Exército israelita disse ter realizado ataques contra "aproximadamente 50 alvos terroristas na Faixa de Gaza" nas últimas 24 horas.O conflito em curso foi desencadeado por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, a 07 de outubro de 2023, que fez cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou quase 47 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.