Hamas alerta para risco de reféns serem alvo de nova ofensiva israelita em Gaza
Médio Oriente
24 de jan. de 2025, 12:17
— Lusa/AO Online
A posição do
Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) é manifestada após a entrada
em vigor, a 19 deste mês, de um cessar-fogo no enclave que inclui a
libertação dos reféns israelitas e a libertação dos prisioneiros
palestinianos.Numa carta enviada aos
familiares dos reféns, divulgada pelo diário palestiniano Filastin, o
gabinete do Hamas para os Mártires, Prisioneiros e Feridos sublinhou que
as declarações surgem “numa altura em que decorrem os preparativos para
a libertação de um segundo grupo de israelitas detidos na Faixa de
Gaza”.“O Hamas e a resistência
palestiniana demonstraram um firme empenho em preservar a vida dos
reféns israelitas e em assegurar a satisfação das suas necessidades
básicas, apesar do genocídio, da fome e dos ataques sofridos pelo nosso
povo”, declarou o grupo islamita.O Hamas
insistiu na ideia de que está “profundamente empenhado” em fazer a sua
parte na libertação dos reféns “de uma forma civilizada e humana”, “ao
contrário do tratamento sofrido pelos detidos palestinianos”.
Paralelamente, alertou para o “enorme perigo” que representam as
declarações de altos funcionários israelitas.“Enviamos
esta mensagem num momento de grande complexidade e dor para todos”,
disse o Hamas, sublinhando que tais declarações ‘representam uma ameaça
iminente para todos’. A declaração foi
feita depois de o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, ter
apelado na terça-feira ao próximo chefe do exército para estar “pronto
para retomar a guerra até que a vitória total seja alcançada”, após o
atual chefe das Forças Armadas, Herzi Halevi, ter anunciado que se
demitiria em 06 de março devido a falhas de segurança relacionadas com
os ataques de 07 de outubro de 2023.Nahed
al-Fajuri, um membro sénior do Hamas, disse a 20 deste mês que a segunda
fase da libertação de reféns teria lugar no sábado, quando quatro
mulheres que descreveu como “militares” seriam libertadas. “O
acordo sobre o próximo grupo na primeira fase do acordo estipula que
cada soldado da ocupação será libertado em troca de 30 prisioneiros
palestinianos que cumprem penas perpétuas e 20 que cumprem penas
longas”, disse.Após a entrada em vigor do
acordo de cessar-fogo, o Hamas libertou três mulheres raptadas durante
os ataques de outubro de 2023, que causaram cerca de 1.200 mortos e
permitiram o sequestro de cerca de 250 pessoas, segundo Telavive.Subsequentemente,
Israel libertou 90 prisioneiros palestinianos, numa troca que
representa o início de seis semanas de trocas faseadas envolvendo um
total de 33 reféns israelitas e mais de 1.900 prisioneiros
palestinianos.Este processo faz parte da
primeira fase de um acordo de cessar-fogo para Gaza, acordado após mais
de 15 meses de ofensiva israelita contra o enclave em resposta aos
ataques. As autoridades de Gaza,
controladas pelo grupo islamita, referiram que os ataques israelitas
provocaram a morte a cerca de 47.300 palestinianos, na maioria mulheres e
crianças, além de cerca de 850 na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.