"Há momentos e momentos" para exercer direito à greve e manifestação
Incêndios
15 de jul. de 2022, 10:54
— Lusa/AO Online
“Tratando-se
naturalmente de um direito, que é o direito à manifestação, julgo que,
como todos compreendemos, há momentos e momentos para o exercício desse
direito constitucionalmente consagrado e que nós respeitamos imenso”,
disse o ministro José Luís Carneiro, numa conferência de imprensa
na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC),
na qual anunciou o prolongamento do estado de contingência até domingo
devido ao risco de incêndios florestais. Questionado
sobre a greve nacional dos guardas florestais do SEPNA/GNR, agendada
para sexta-feira, o ministro negou que não tenha recebido os
representantes sindicais destes trabalhadores, afirmando que se reuniu
com a a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções
Públicas e Sociais, que os representa, tendo tomado conhecimento das
“questões que mais os preocupam”, como o estatuto profissional e a
tabela remuneratória.“Tenho sempre, como é
o meu dever, toda a disponibilidade para receber esse e outros
sindicatos, mas é evidente que há momentos em que a nossa concentração e
a nossa prioridade está mesmo em conseguirmos enfrentar a complexidade
dos desafios com que o país está confrontado”, afirmou, referindo ainda
que está a decorrer um concurso para reforçar em 20% o efetivo deste
serviço de guardas florestais.“Assim que
for ultrapassada esta situação da contingência, temos todo o interesse
em retomar este diálogo com este e outros sindicatos para procurar
encontrar as melhores soluções”, disse ainda José Luís Carneiro.Os
guardas-florestais da Guarda Nacional Republicana realizam na
sexta-feira uma greve e uma concentração junto ao Ministério da
Administração Interna (MAI), numa altura em que o país está em situação
de contingência devido ao risco elevado de incêndio.A
greve e a concentração, que está marcada para as 12:00, é convocada
pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções
Públicas e Sociais (FNSTFPS) e tem como objetivo exigir do Governo a
abertura de um processo negocial sobre as principais reivindicações da
classe.Atualmente, a GNR conta com cerca
de 500 guardas-florestais ao serviço, que têm como missão fiscalizar e
investigar os ilícitos nos domínios florestal, caça e pesca.Os 500 guardas-florestais estão integrados no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR).Portugal
continental encontra-se desde segunda-feira em situação de contingência
devido às condições meteorológicas, com temperaturas altas, que elevam o
risco de incêndio.A situação de
contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na Lei de
Bases da Proteção Civil e pode ser declarada "quando, face à ocorrência
ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a
necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não
mobilizáveis no âmbito municipal".