"Há acordo com a Apax sobre diferendo na venda da GNB Vida"

Novo Banco

8 de jun. de 2021, 14:22 — Lusa/AO Online

"O acordo já existe, já foi enviado ao Fundo de Resolução. É a situação atual relativamente ao litígio", disse Byron Haynes hoje no parlamento, respondendo ao deputado Hugo Carneiro (PSD) acerca de um diferendo de 14 milhões de euros sobre o preço da venda da seguradora GNB Vida, comprada pela Apax.O responsável do Novo Banco foi hoje ouvido em audição na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, uma reunião que contou com tradução simultânea do inglês."Há um acordo sobre o litígio, mas como é um ativo CCA [abrangido pelo acordo de capitalização contingente], esse acordo foi enviado para o Fundo de Resolução para a sua aprovação. Podem aprovar ou não. Se não aprovarem tentaremos celebrar um novo acordo", prosseguiu o gestor.Segundo Byron Haynes, é necessário "garantir que não só o banco e a Apax estão satisfeitos com o acordo, mas também é assinado pelo Fundo de Resolução".No final de maio, o deputado do PSD Hugo Carneiro já tinha revelado, na audição ao antigo presidente da GNB Vida Paulo Vasconcelos, que o Novo Banco pediu autorização ao Fundo de Resolução para devolver 14,3 milhões de euros à Apax Partners."O comprador da companhia apresentou reclamações na ordem dos 38,2 milhões de euros relativamente a várias situações de informações erradas no momento da venda", entre outras, o que "gerou um conflito com o Novo Banco que o levou a pedir ao Fundo de Resolução autorização para pagar 14,3 milhões de euros ao comprador", disse o deputado do PSD em 28 de maio.O preço de venda da seguradora, inicialmente, era de 190 milhões de euros mais 125 milhões variáveis, valor que veio a baixar para 81 milhões mais variáveis (acabariam por ser acrescentadas adendas que levaram o preço para 123 milhões).Caso os 14,3 milhões de euros tenham sido já pagos à Apax, o preço final de venda da GNB Vida cifrar-se-ia em 108,7 milhões de euros mais variáveis, de acordo com Hugo Carneiro, que disse não ter informações sobre se o valor foi já pago ou não.O presidente da Comissão de Acompanhamento do Novo Banco, José Bracinha Vieira, disse em 01 de junho também no parlamento, que o processo de venda da seguradora GNB Vida "correu muito mal", ao contrário do sucedido com as carteiras de crédito malparado.Já a presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, disse na semana passada que o Novo Banco parece ter-se desinteressado da seguradora GNB Vida no momento em que teve de a vender."A verdade é que a partir do momento em que a companhia foi colocada numa posição 'é preciso vender', o Novo Banco parece ter-se desinteressado da companhia. Podia ter feito ao contrário", disse a presidente do regulador do setor segurador na sexta-feira.