Guterres incentiva jovens a pressionarem governos na defesa do clima
30 de set. de 2021, 16:09
— Lusa/AO Online
"Os jovens têm estado na
vanguarda com propostas de soluções positivas para reclamar justiça
climática e exigir responsabilidades aos dirigentes. Precisamos que os
jovens, em todos os lugares, continuem a fazer ouvir as suas vozes",
declarou António Guterres numa mensagem em vídeo, transmitida perante
400 jovens de diferentes partes do mundo, reunidos em Milão. Guterres
considerou que as vozes dos jovens são importantes "para que os países
desenvolvidos respeitem a promessa de uma ajuda climática anual de cem
mil milhões de dólares para o mundo em desenvolvimento", "para reduzirem
as emissões e limitarem o aquecimento a +1,5°C" e para "se
comprometerem com a neutralidade carbónica até meados do século"."A
vossa solidariedade e as vossas exigências para a ação dão o exemplo.
Os dirigentes nacionais devem seguir o vosso exemplo e assegurar que
atingimos os resultados que precisamos na COP 26 e depois", insistiu, a
um mês da abertura desta crucial conferência do clima, em Glasgow.Os
400 jovens, dos 15 aos 29 anos, oriundos de cerca de 200 países, devem
apresentar hoje a sua visão comum da urgência climática e das ações
prioritárias a dirigir aos ministros reunidos até sábado para preparar a
COP26. "A crise climática é um alerta
vermelho para a humanidade", sublinhou António Guterres, repetindo as
palavras que pronunciou durante a apresentação do mais recente relatório
dos especialistas em clima da ONU (Giec), em agosto. O
Giec alertou, na ocasião, para o risco de se atingir a marca de +1,5°C
de aquecimento por volta de 2030, 10 anos antes do estimado. "Como é costume, os mais pobres e os mais vulneráveis são mais atingidos", frisou o líder da ONU. "As
possibilidades de agir para prevenir os piores impactos da crise
climática vão-se reduzindo rapidamente. Sabemos o que devemos fazer e
temos as ferramentas para o fazer", disse.Segundo
o Giec, para limitar o aquecimento a +1,5°C em relação à era
pré-industrial, o objetivo mais ambicioso do acordo de Paris, é
necessário reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 45% até
2030, face a 2010, além de prosseguir os esforços para atingir a
neutralidade carbónica em 2050.