Guterres defende alargamento do Conselho de Segurança da ONU
Covid-19
11 de dez. de 2020, 18:35
— Lusa/AO Online
“Infelizmente, os
governos não implementaram uma resposta comum a esta ameaça global”,
afirmou António Guterres durante uma intervenção – feita online devido à
crise sanitária - no Fórum do Prémio Nobel da Paz, em Oslo.“A
resposta tem sido confusa e caótica, com países, regiões e até cidades a
competir entre si por bens essenciais e trabalhadores da primeira
linha”, disse o responsável da ONU.O
secretário-geral das Nações Unidas não avançou qualquer exemplo
específico para sustentar os seus comentários, mas pediu reformas para
corrigir as “desigualdades na base das relações mundiais atuais”.“As
nações que triunfaram [na Segunda Guerra Mundial] há mais de sete
décadas recusam-se a aceitar as reformas necessárias. A composição e os
direitos de voto no Conselho de Segurança das Nações Unidas e nos
conselhos de administração do sistema de Bretton Woods são bom exemplo”
dessa necessidade, sublinhou.“Muitos
países africanos nem sequer existiam como Estados independentes há 75
anos. Eles merecem ter lugar na mesa global. O mundo em desenvolvimento
precisa de ter uma voz muito mais forte no processo de tomada de
decisões mundiais”, defendeu Guterres.O
Conselho de Segurança tem um total de 15 membros: cinco são permanentes -
Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido, todos com direito
de veto - e 10 não permanentes, sendo metade deste grupo renovado
anualmente.Vários atores internacionais já
defenderam o alargamento a outros países deste órgão, que pode decidir
sobre sanções internacionais e uso de força no mundo, mas esses apelos
têm sido ignorados e os “Cinco Grandes” não demonstram qualquer pressa
em partilhar os seus privilégios.Realizado
no dia seguinte à entrega do Prémio Nobel da Paz ao Programa Alimentar
Mundial, o Fórum de Oslo teve como tema “a cooperação internacional após
Covid-19”.