Guterres condena ataques russos "particularmente chocantes" contra cidades
Ucrânia
8 de jul. de 2024, 17:48
— Lusa/AO Online
"Realizar
ataques contra civis é proibido pelo direito internacional, e esse tipo
de ataque é inaceitável e deve cessar imediatamente", disse o chefe da
ONU em comunicado lido pelo seu porta-voz, nomeando as duas unidades
médicas afetados, incluindo o Hospital Pediátrico Okhmatdyt na capital
ucraniana, Kiev.Guterres "condena com
veemência o ataque de hoje com mísseis pela Federação Russa contra
infraestruturas residenciais e civis em toda a Ucrânia", afirmou o
porta-voz Stéphane Dujarric, quantificando os feridos em cerca de 150.Os
mísseis russos caíram no hospital pediátrico Okhmatdyt, o maior do
género no país, que "ficou gravemente danificado enquanto as crianças
estavam a receber tratamento", e noutras instalações médicas no distrito
Dniprovsky, também na capital, incidentes "particularmente chocantes",
disse o líder da ONU."Os nossos colegas
humanitários dizem que o pessoal de resgate, hospitalar e voluntários
estão agora a limpar os escombros e a procurar pessoas presas debaixo, e
os nossos parceiros de saúde estão a ajudar a transportar pacientes
para outras instalações, dando apoio psicosocial e assistindo com outras
necessidades urgentes", refere a nota de Guterres.Por
sua vez, a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell, também
condenou em comunicado "a onda mortal de ataques com mísseis" sobre Kiev
e outras cidades como Dnipro, Krivi Rig, Sloviansk e Kramatorsk, e
especialmente o ataque contra o hospital infantil.Trata-se
de "outra recordação brutal de que nenhum lugar é seguro para as
crianças na Ucrânia", sentenciou a diplomata, que, como Guterres,
reivindicou que os hospitais estão protegidos ao abrigo da lei
internacional.O Conselho de Segurança da
ONU reúne-se na terça-feira para discutir o ataque da Rússia, reunião
solicitada pela França e Equador, que foram imediatamente secundados
pelo Reino Unido e Estados Unidos. A Rússia negou responsabilidades pelo ataque, atribuindo-o a um míssil ucraniano.A
mais recente vaga de ataques russos, na véspera do início da Cimeira da
NATO em Washington, foi condenada antes de Guterres pela União Europeia
e diversos líderes internacionais, a que se juntou o Ministério dos
Negócios Estrangeiro português.Em
Bruxelas, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios
Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, criticou que a
Rússia continue a atacar alvos civis ucranianos."A
Rússia continua a colocar implacavelmente como alvo os civis
ucranianos. Os ataques aéreos de hoje mataram ou feriram dezenas, e
destruíram o maior hospital infantil de Kiev, Okhmatdyt", escreveu
Borrell na rede social X.O chefe da
diplomacia europeia acrescentou que a Ucrânia precisa de defesa aérea
"agora", e ressaltou que "todos os responsáveis pelos crimes de guerra
russos terão que prestar contas". Um dos
primeiros a condenar os ataques foi o novo primeiro-ministro britânico,
Keir Starmer, que compartilhou imagens divulgadas antes pelo Presidente
Volodymyr Zelensky, acrescentando que "atacar crianças inocentes" é "a
mais doentia das ações"."Nós apoiamos a Ucrânia contra a agressão russa; o nosso apoio não diminuirá", ressaltou Starmer.Os ministérios das Relações Exteriores da França e da Alemanha também expressaram sua condenação pelos ataques. "Os
atos bárbaros, dirigidos deliberadamente contra um hospital infantil,
deveriam ser adicionados à lista de crimes de guerra pelos quais a
Rússia terá que responder", afirmou a diplomacia francesa.O
ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani,
manifestou-se "consternado" pelas imagens do bombardeamento em Kiev,
admitindo tratar-se de mais um crime de guerra cometido pelo presidente
russo, Vladimir Putin.A primeira-ministra
da Estónia e indigitada chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas,
afirmou que o ataque em Kiev lembra que os "criminosos de guerra russos
devem ser levados perante a justiça".Para o
ministro da Defesa neerlandês, Ruben Brekelmans, este ataque "covarde"
da Rússia é uma "motivação" para continuar a acelerar a entrega de armas
à Ucrânia, incluindo sistemas de defesa aérea Patriot e caças F-16. O
Ministério dos Negócios Estrangeiros português condenou “firmemente os
ataques russos a Kiev, que atingiram, notando que o ataque
indiscriminado a crianças é um crime de guerra. As
forças russas dispararam “mais de 40 mísseis” hoje contra várias
cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, alertou o Presidente
ucraniano no Telegram.Além de Kiev, foram
afetadas "Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk, Kramatorsk", afirmou o
Presidente ucraniano Zelensky, acrescentando que entre os alvos
estiveram edifícios de apartamentos, infraestruturas e um hospital
infantil.Volodymyr Zelensky é esperado em
hoje na Polónia, antes de ir para a cimeira da NATO em Washington,
anunciou o gabinete do primeiro-ministro polaco, Donald Tusk.