Gulbenkian e "la Caixa" disponibilizam 1,5 ME para projetos de inclusão social pela arte
24 de jan. de 2020, 12:51
— Lusa/AO Online
Num comunicado lê-se que a iniciativa “prevê a abertura de
um concurso, já em março, que permitirá duplicar o valor destinado aos
projetos de inclusão social pelas artes em Portugal e para o qual as
duas fundações contribuirão em partes iguais”.A PARTIS & Art for Change “terá 1,5 milhões de euros para apoio a projetos artísticos com impacto social”.“Esta
colaboração resulta do trabalho que ambas as fundações têm vindo a
desenvolver nesta área desde há vários anos e que, através da PARTIS
& Art for a Change, será reforçado e potenciado”, acrescenta o
comunicado.A Fundação Calouste Gulbenkian
apoia, desde 2013, projetos de intervenção social pelas artes através do
programa PARTIS - Práticas Artísticas para a Inclusão Social.Ao
longo de três edições – a terceira está a decorrer – “foram apoiados 48
projetos, num total de três milhões de euros de financiamento”.Nas
duas primeiras edições, o PARTIS “abrangeu cerca de 11.500
participantes, envolveu 651 organizações parceiras e resultou em quase
1000 apresentações públicas (espetáculos, instalações, exposições) que
mobilizaram mais de 200 mil espetadores”.Na
primeira edição (2013/2016) foram apoiados 17 projetos, entre mais de
200 candidaturas, na segunda (2016/2018) 16, de 160 projetos recebidos.
Na terceira edição (2019/2021) foram escolhidos 15 projetos, de 132
candidaturas.A iniciativa Art for Change,
da “la Caixa”, existe desde 2008 em Espanha e foi criada “com o objetivo
de apoiar projetos artísticos que promovessem a transformação social”. Até
hoje, receberam financiamento “383 projetos, num total de cerca de 5
milhões de euros, que abrangeram 59 mil participantes, 170 entidades
culturais e 308 artistas”.Os projetos
apoiados pela iniciativa PARTIS têm sido apresentados na mostra “Isto é
PARTIS”, cuja edição deste ano começa hoje, na sede da Fundação Calouste
Gulbenkian, em Lisboa.Na mostra, com
entrada gratuita e que decorre até domingo, serão apresentados alguns
dos 15 projetos que estão a ser apoiados pela fundação na terceira
edição.A mostra começa hoje com a
conferência internacional “Arriscar juntos: que novos centros de criação
artística hoje?”, na qual participam, entre outros, Philipp
Dietachmair, da European Cultural Foundation (Holanda), Stella Duffy,
cofundadora do projeto “Fun Palaces” (Reino Unido), Magda Henriques,
diretora artística das Comédias do Minho, e Marco Paiva, fundador da
Terra Amarela. Ainda hoje será apresentado
o livro “Arte e Esperança. Percursos da iniciativa PARTIS”, com
coordenação de Hugo Cruz, e “Estamos todos no mesmo barco”, peça
inspirada em “Os Lusíadas”, de Luís de Camões, interpretada por jovens
reclusos do Estabelecimento Prisional de Leiria e resultado de uma
residência artística com o Leirena Teatro, no âmbito do projeto Pavilhão
Mozart – Ópera na Prisão. No sábado de
manhã, a “Isto é PARTIS” troca a sede da Fundação Calouste Gulbenkian
pela Biblioteca Municipal de Marvila, onde será apresentado o projeto
Meio no Meio, “uma iniciativa da Artemrede que desenvolve formações
artísticas com jovens e adultos residentes na Área Metropolitana de
Lisboa como forma de promover a capacitação, as oportunidades de
aprendizagem e a cidadania ativa”.À tarde,
na sede da fundação, haverá uma nova apresentação da pela “estamos
todos no mesmo barco” e será exibido o documentário “Batida de Lisboa”,
de Rita Maia e Vasco Viana.O programa de
domingo inclui a apresentação da instalação/performance “Enxoval, um
bordado a muitas mãos”, do projeto Enxoval, que “partindo do símbolo do
enxoval enquanto representação social da condição feminina, propõe a
criação de um bordado feminista coletivo e subversivo”, e o primeiro
espetáculo do projeto Mare Liberum, “Monstro em Mim”, no qual 13 jovens
do Centro Educativo Navarro de Paiva “interpretam uma história sobre
medo e superação”.A encerrar a mostra
haverá um concerto da Orquestra de Percussão Corporal, do Conservatório
D’Artes de Loures, “que prova de que qualquer pessoa pode fazer música
utilizando apenas o seu corpo”, e a exibição do filme “Djon África”, de
Filipa Reis e João Miller Guerra, sobre um jovem que viaja para Cabo
Verde em busca das raízes familiares e do pai, que não conheceu.