Guiné-Bissau é o pior país lusófono em mortalidade infantil
20 de fev. de 2018, 10:34
— Lusa/AO online
No polo oposto figura Portugal (168.ª posição), o que equivale ao 17.º
melhor índice, tabela em que o Japão continua a ser considerado o país
com menor taxa de mortalidade infantil, com 0,9 mortos por cada mil
nados vivos, o que é equivalente a uma morte por cada 1.111 nascimentos.
Entre os piores da tabela, a Guiné-Bissau, com 38,2 mortes por cada mil
nados vivos (o que equivale a uma morte por cada 26 nascimentos) é
apenas ultrapassada pelo Paquistão (45,6/mil -1/22), República Centro
Africana (42,3/mil – 1/25), Afeganistão (40/mil – 1/25), Somália
(38,8/mil – 1/26) e Lesoto (38,5/mil – 1/26).O
segundo pior país lusófono é a Guiné Equatorial, que ocupa o 16.º lugar
no índice, com 32,0 mortes por mil nados vivos (1 morte em cada 31
nascimentos), à frente de Angola (19.ª posição), Moçambique (24.ª),
Timor-Leste (47.ª), São Tomé e Príncipe (69.ª), Cabo Verde (93.ª) e
Brasil (109.ª).Angola,
segundo o índice da UNICEF, registou em 2016 29,3 mortos por cada mil
nados vivos (uma morte em cada 34 nascimentos), Moçambique contou com
27,1/mil (1/37), Timor-Leste com 21,6/mil (1/46), São Tomé e Príncipe
com 15,0/mil (1/67), Cabo Verde com 10,2/mil (1/98) e Brasil com 7,8/mil
(1/128).
Virando o índice ao contrário, Portugal surge como 17.º melhor entre os
184 países analisados em 2016, tendo registado 2,1 mortes por cada mil
nados-vivos, o que equivale a uma morte em cada 476 nascimentos.
O índice da UNICEF revela também que, entre os 25 países que registam a
pior média, 21 são africanos e, entre estes, quatro são lusófonos
(Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Angola e Moçambique). Paquistão,
Afeganistão, Comores e Laos são os restantes quatro.
Além do Japão, apenas a Islândia consegue atingir uma taxa igual ou
inferior a uma morte por cada mil nascimentos, com a taxa de mortalidade
infantil a situar-se precisamente nesse valor, 1/mil.
O “top 15” é ocupado pelo Japão, Islândia, Singapura, Finlândia,
Eslovénia, Estónia, Chipre, Coreia do Sul, Noruega, Luxemburgo,
Bielorrússia, Suécia, República Checa, Espanha e Itália. Antes de
Portugal, na 17.ª posição, figura Israel.
Segundo o relatório, intitulado “Para Cada Criança, Vida”, todos os
anos 2,6 milhões de crianças morrem antes de completar um mês, sobretudo
nos países mais pobres do mundo, números considerados pela UNICEF
“assustadoramente elevados”.“Embora
tenhamos reduzido para mais da metade o número de mortes entre crianças
abaixo dos cinco anos de idade nos últimos 25 anos, não fizemos
progressos semelhantes relativamente à redução da mortalidade de
crianças com menos de um mês”, refere a diretora executiva da UNICEF,
Henrietta H. Fore, para quem a maioria das mortes podia ser evitadas.O
relatório assinala também que oito dos dez lugares mais perigosos para
se nascer estão situados na África subsariana, onde a probabilidade de
assistência a mulheres durante o parto é menos provável devido à
pobreza, conflitos e fragilidade das instituições. Segundo a UNICEF, as taxas de mortalidade neonatal são estimativas com intervalos de incerteza. Os
rankings são baseados em estimativas medianas de taxas de mortalidade
neonatal (mortes de recém-nascidos por 1.000 nados-vivos), não sendo
consideradas incertezas, pelo que as posições de classificação estão
sujeitas a alterações. Os rankings excluem países com menos de 1.000 nados-vivos ou com uma população inferior a 90.000 pessoas.