Guilherme Silva convicto de que Governo vai resolver questões da Madeira e Açores sobre OE
20 de out. de 2024, 13:47
— Lusa
Num discurso no
42.º Congresso do PSD, que se realiza este fim de semana em Braga,
Guilherme Silva disse que um dos pontos que tem visto enunciado com
“algo perturbador” para a reunião magna social-democrata era “estar em
discussão as verbas do Orçamento do Estado para as regiões autónomas”.O
antigo líder parlamentar do PSD, que foi sempre eleito deputado pelo
círculo eleitoral da Madeira, referia-se às declarações do presidente do
Governo Regional da Madeira, Miguel Luís Albuquerque, que exigiu esta
manhã um “compromisso claro” de Luís Montenegro no Orçamento do Estado
relativamente aos direitos das regiões autónomas, avisando que, caso
contrário, os deputados das ilhas votarão contra.Guilherme
Silva disse que, tendo representado a Madeira na Assembleia da
República, viveu esta situação relativa às verbas orçamentais para as
regiões autónomas em “sucessivos orçamentos”.“Mas
havia uma certeza que eu tinha e a certeza é esta: qual é o partido da
autonomia, qual é o partido de construir as autonomias? É o PSD. E o
Luís Montenegro, como o intérprete mais fiel do sentir do partido, não
podia deixar de estar, na hora certa, em solidariedade com as regiões
autónomas e no reconhecimento do trabalho que os nossos companheiros têm
feito ao longo de décadas nas regiões autónomas dos Açores e da
Madeira”, disse.Sobre a Madeira, Guilherme
Silva salientou que a região “tem tido sempre uma governação
social-democrata” desde o nascimento das autonomias e prestou uma
homenagem a Miguel Albuquerque, considerando que “tem tido um trabalho
notável” no arquipélago.O ex-líder
parlamentar do PSD salientou que, neste momento, o PIB da Madeira é de
6,6 milhões de euros, tendo havido uma subida desse valor de 62% entre
2015 e 2024.“Isto é fruto da governação
social-democrata, isto é fruto da solidariedade dos governos nacionais
na hora certa, designadamente na hora da aprovação do Orçamento do
Estado. E não tenho dúvidas de que, na especialidade, todas as questões
que estão levantadas, vão ser resolvidas”, afirmou.Guilherme
Silva disse ainda que as autonomias são o que são hoje em dia porque os
seus governos seguem à máxima “Portugal primeiro”, definida pelo
fundador do PPD/PSD Francisco Sá Carneiro, salientando que os governos
regionais construem “a autonomia no dia-a-dia, por Portugal”.“Primeiro
está Portugal e, mesmo quando é necessário ter conflito com o partido a
nível nacional, temos, porque primeiro está Portugal e depois está o
partido”, afirmou. Nesta intervenção,
Guilherme Silva abordou ainda o que considerou ser “o cortejo de
ziguezagues” do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, quanto ao
Orçamento do Estado, salientando que o facto de ter optado pela
viabilização demonstrou um “sentido institucional, que se esperava de há
muito tempo e que devia ter sido anunciado logo à primeira hora”.Guilherme
Silva disse ainda esperar que, efetivamente, Pedro Nuno Santos não
tenha “nenhuma reserva mental guardada para a especialidade” e “tenha a
garantia de que vai efetivamente ter o controlo sobre o seu partido, de
forma a que este compromisso que anunciou ao país seja efetivamente
cumprido”.“Quero aqui expressar esta
confiança no líder do maior partido da oposição, no maior partido da
oposição, e faço-o por Portugal e pelas gerações que hão de vir”, disse.O antigo líder parlamentar disse ainda achar curioso que o PS tenha colocado “linhas vermelhas” nestas negociações orçamentais.“Onde
é que andaram essas linhas vermelhas que não colocaram a si próprios, e
que entenderam colocar agora que estão na oposição? É esse registo
também que o país deve ter dessa circunstância”, sustentou.