Estes
cinco dias de greve são marcados depois do SNCGP ter iniciado hoje uma
paralisação que termina a 13 de dezembro e ter marcado um outro período
entre 14 e 18. O
presidente do SNCGP, Jorge Alves, disse à agência Lusa que está marcada
para dia 13 uma reunião no Ministério da Justiça com os sindicatos, mas
o único ponto que consta da agenda é a aplicação da tabela
remuneratória idêntica à da PSP. “Isto
não é nada, exigimos mais”, disse o presidente do maior sindicato dos
guardas prisionais, sublinhando que as greves podem ser suspensas a
qualquer momento desde que a ministra da Justiça retome as negociações
para a revisão do estatuto interrompidas em agosto. Os
guardas prisionais exigem negociar o estatuto profissional para que as
tabelas remuneratórias sejam atualizadas, criadas novas categorias e
subsídio de turno, assim como novos horários de trabalho. Sobre
a greve que hoje começou e termina a 13, Jorge Alves adiantou que
adesão no primeiro dia foi de 80%, tendo afetado as visitas aos reclusos
e as saídas para tribunal.O
sindicalista garantiu que, para este primeiro período de greve, estão
asseguradas as visitas aos fins-de-semana, não estando ainda definidos
os serviços mínimos para as paralisações que acontecem entre 14 e 23 de
dezembro.Este primeiro período de greve levou ao adiamento das festas de Natal nas várias prisões do país. O
Ministério da Justiça aguarda ainda uma decisão do colégio arbitral
para que os serviços mínimos possam abranger, a partir do dia 14,
visitas aos reclusos e as festas de Natal.Também o Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional tem marcada uma greve entre 15 de dezembro e 06 de janeiro.Estas
greves acontecem depois de os guardas prisionais terem realizado uma
outra paralisação de quatro dias, que terminou na terça-feira, e da
realização de um plenário no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL)
que impediu a realização de visitas aos reclusos.Este
cancelamento das visitas desencadeou, na noite de terça-feira, um motim
no EPL com os reclusos a queimarem colchões e papéis e a partirem algum
material, obrigando os guardas prisionais a “usar a força”.No
dia seguinte, os reclusos de Custóias recusaram-se a almoçar, obrigando
os guardas prisionais a disparar balas de borracha para o ar para repor
a ordem e no Estabelecimento Prisional masculino de Santa Cruz do
Bispo, também no distrito do Porto, os prisioneiros negaram-se a jantar
antes de recolherem ordeiramente às celas.Jorge
Alves recusa relacionar os protestos dos reclusos com a greve dos
guardas prisionais, sublinhando que esta revolta resulta da falta de
condições nas prisões, incluindo a má qualidade da alimentação.