Guardas prisionais iniciam esta quinta-feira novo período de greve
6 de dez. de 2018, 10:13
— Lusa/AO Online
A
greve de 13 dias e a vigília, que se realiza entre 18 horas desta quinta-feira e as
10 horas de sexta-feira, é convocada pelo Sindicato Nacional do Corpo da
Guarda Prisional (SNCGP).O
presidente do sindicato, Jorge Alves, disse à Lusa horas que a vigília tem
como objetivo pedir a intervenção do Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, na revisão do estatuto profissional. Jorge
Alves adiantou que os guardas prisionais exigem que sejam retomadas as
negociações com o Ministério da Justiça que foram suspensas em agosto. No
âmbito da revisão do estatuto, os guardas prisionais reivindicam uma
atualização da tabela remuneratória, criação de novas categorias e um
novo subsídio de turno.Alteração
dos horários de trabalho, descongelamento das carreiras e novos
admissões para o corpo dos guardas prisionais são outros motivos dos
protestos. Esta
greve acontece depois de os guardas prisionais terem realizado uma
paralisação de quatro dias, que terminou na terça-feira, e da realização
de um plenário no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) que impediu
a realização de visitas aos reclusos na quarta-feira.Este
cancelamento das visitas desencadeou, na noite de terça-feira, um motim
no EPL com os reclusos a queimarem colchões e papéis e a partir algum
material, obrigando os guardas prisionais a “usar a força”.Na
quarta-feira, mais de metade dos reclusos da prisão de Custóias, no
distrito do Porto, recusaram-se a almoçar, obrigando os guardas
prisionais a disparar balas de borracha para o ar para repor a ordem e
conseguir colocá-los nas celas.Na
quarta-feira, uma outra estrutura sindical, o Sindicato Independente do
Corpo da Guarda Prisional (SICGP) anunciou também que vai realizar uma
greve entre 15 de dezembro e 06 de janeiro.A
ministra da Justiça considerou, também na quarta-feira, que “do ponto
de vista humano” esta altura não é a ideal para os guardas prisionais
cumprirem períodos de greve, dizendo que os mais prejudicados são os
reclusos.