Guaidó agradece a Portugal e reitera "solução pacífica" para a crise
Venezuela
4 de fev. de 2019, 17:59
— Lusa/AO Online
"Obrigado
ao Governo de Portugal pelo seu apoio a esta solução pacífica para a
crise na Venezuela. A nossa luta é pelo resgate da democracia, pela
ajuda humanitária imediata e pela reconstrução do país", escreveu
Juan Guaidó, numa mensagem publicada na rede social Twitter.O
Governo português reconheceu Juan Guaidó como Presidente interino
venezuelano, apoiando a sua legitimidade para “convocar eleições livres e
justas na Venezuela".“Portugal
reconhecerá e apoiará a legitimidade do presidente da Assembleia
Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como Presidente interino, nos termos
constitucionais venezuelanos, com o encargo de convocar e organizar
eleições livres, justas e de acordo com os padrões internacionais”,
disse o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos
Silva, numa conferência de imprensa em Lisboa.Portugal
juntou-se a outros países da União Europeia (UE), como Espanha, França,
Alemanha, Reino Unido, Áustria ou Holanda, que hoje reconheceram o
presidente da Assembleia Nacional (parlamento venezuelano), Juan Guaidó,
como presidente interino da Venezuela, após expirar um prazo de oito
dias para que o Presidente Nicolás Maduro convocasse eleições
presidenciais antecipadas naquele país.Maduro
rejeitou no domingo a possibilidade de abandonar o poder ou de convocar
novas eleições presidenciais no país, porque não aceita “ultimatos de
ninguém”.A par
das palavras dirigidas a Portugal, Juan Guaidó publicou nas últimas
horas na rede social Twitter várias mensagens a agradecer aos vários
países europeus que hoje formalizaram, de forma concertada, a sua
posição.A primeira mensagem a ser publicada foi dirigida a Espanha e ao chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez. “Agradecemos
a Pedro Sánchez e a todo o governo espanhol pelo reconhecimento e apoio
ao nosso caminho de luta pela democracia. Obrigado pelo seu apoio e
compromisso. A Venezuela está grata por esse gesto”, escreveu Guaidó.Seguiu-se
uma mensagem endereçada ao Reino Unido, com Juan Guaidó a expressar o
seu agradecimento ao executivo britânico por ter reconhecido “a luta do
povo da Venezuela”.“Valorizamos
profundamente o seu apoio e estamos confiantes de que juntos poderemos
sair desta crise política, social, económica e humanitária”,
acrescentou.Juan Guaidó escreveu também palavras dirigidas ao Presidente francês, Emmanuel Macron, e ao governo de França.“Juntos,
vamos conseguir: fim da usurpação, governo de transição e eleições
livres para o resgate da nossa nação”, referiu o presidente da
Assembleia Nacional.Áustria, Dinamarca e Polónia também receberam palavras de agradecimento por parte de Guaidó.“Agradecemos
ao governo da Áustria pelo reconhecimento da legitimidade das ações que
iniciamos juntamente com todo o povo da Venezuela para a conquista das
nossas liberdades e direitos”, afirmou o engenheiro mecânico de 35 anos
que a 23 de janeiro se autoproclamou Presidente interino venezuelano. Na
mensagem endereçada a Copenhaga e a Varsóvia, Guaidó referiu o objetivo
da realização de “eleições livres, justas e transparentes na Venezuela”
e o compromisso de “resgatar a democracia, a liberdade e a justiça” da
nação venezuelana.Juan
Guaidó remeteu também mensagens à Alemanha, Lituânia, Holanda, Letónia,
República Checa, Bélgica, Finlândia e Luxemburgo, reiterando as metas e
os compromissos a que se propõe: “(…) resgatar a democracia e o Estado
de direito na Venezuela”, “(…) um caminho que permita uma solução
democrática e pacífica para a crise (…)”, “(…) alcançar a liberdade (…) e
reivindicar os direitos de todos os venezuelanos” e "um processo de
paz, inclusão, consenso e respeito pela Constituição".Na
quinta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa,
Federica Mogherini, anunciou a constituição de um grupo de contacto
internacional para alcançar, em 90 dias, uma saída pacífica e
democrática para a crise na Venezuela com a realização de eleições
presidenciais.A primeira reunião deste grupo realiza-se em 07 de fevereiro em Montevideu (Uruguai).A
atual crise política que afeta a Venezuela soma-se a uma grave crise
económica e social que já levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem daquele
país desde 2015, segundo dados da ONU.Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.