Grupo Vita revela que 12 vítimas de abusos avançaram com pedidos de indemnização à Igreja
18 de mar. de 2024, 07:30
— Lusa/AO Online
Segundo a nota enviada
à comunicação social pela estrutura coordenada pela psicóloga Rute
Agulhas, “diversas pessoas mantêm um processo de acompanhamento
psicológico e/ou psiquiátrico regular, sendo que 12 solicitam uma
reparação financeira”, uma matéria que vai ser analisada em abril pela
assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).Em
entrevista à Lusa, publicada no dia 17 de fevereiro, Rute Agulhas
revelou que existiam então oito vítimas que tinham apresentado pedidos
de indemnização, um número que subiu um mês depois para 12.O
Grupo Vita revelou também que já foi contactado por 84 pessoas em dez
meses de funcionamento, quando há um mês se registavam 79 pedidos de
ajuda. “Realizaram-se 52 atendimentos, sendo que mais atendimentos estão
agendados para breve”, pode ainda ler-se na nota divulgada.A
estrutura coordenada por Rute Agulhas indicou também que os
profissionais do grupo Vita vão receber na quinta-feira uma formação do
Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise, do Instituto
Nacional de Emergência Médica (INEM), justificando essa situação com a
necessidade de reforçar as competências dos especialistas para
“intervenção em crise” nos atendimentos telefónicos em casos em que se
verifica “ideação suicida ou mesmo homicida”. “No
que respeita às ações de formação e capacitação das diversas estruturas
eclesiásticas, estão já agendadas ações dirigidas a catequistas,
professores de Educação Moral e Religiosa Católica, docentes de escolas
católicas e professores de escolas públicas (esta última, a pedido da
Direção-Geral de Educação). Será ainda iniciado um novo ciclo formativo
dirigido aos diversos Institutos Religiosos”, acrescentou a estrutura.Criado
em abril de 2023, o Grupo Vita pode ser contactado através da linha de
atendimento telefónico (915090000) ou do formulário para sinalizações no
‘site’ www.grupovita.pt.O Grupo Vita
surgiu na sequência do trabalho da Comissão Independente para o Estudo
dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, liderada pelo
pedopsiquiatra Pedro Strecht, que ao longo de quase um ano validou 512
testemunhos de casos ocorridos entre 1950 e 2022, apontando, por
extrapolação, para um número mínimo de 4.815 vítimas.