Autor: Lusa/AO Online
De acordo com o comunicado da TAP SGPS, que engloba todas as empresas do grupo, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), "o processo que envolve a gestão da entrada das 30 aeronaves e a saída de 18 antigas teve um impacto negativo financeiro de 55 milhões de euros no resultado do ano".
A empresa liderada por Antonoaldo Neves refere ainda que em 2019 "foi penalizada entre 30 milhões de euros a 35 milhões de euros em resultado da ineficácia da infraestrutura", referindo-se à "falta de investimento na capacidade do aeroporto de Lisboa" e ao "congestionamento do espaço aéreo".
De acordo com a TAP, estes fatores também "impactaram negativamente em aproximadamente nove pontos percentuais a pontualidade da operação", o que correspondeu a um "custo por passageiro em termos de indemnizações por irregularidades de mais do dobro do 'benchmark' ibérico".
No entanto, no total, o índice de pontualidade aumentou seis pontos percentuais e a regularidade de operação situou-se nos 99,2%, uma melhoria face aos 98,2% de 2018, o que segundo a TAP representa "cerca de menos 1.400 voos cancelados".
Em termos ambientais, e apesar dos gastos com a incorporação de novos aviões, a empresa assinala que a renovação de frota "foi determinante, no segundo semestre, para melhorar a eficiência (custo operacional mais baixo)".
Segundo a TAP, a frota NEO (novos aviões Airbus) "permitiu à companhia reduzir a emissão de CO2 [dióxido de carbono] em aproximadamente 170 mil toneladas", uma "redução de 17% no indicador de CO2 por passageiro face a 2015".
O resultado operacional passou de um prejuízo de 44 milhões de euros em 2018 para um lucro de 58,6 milhões de euros em 2019, o que a companhia aérea nacional atribui à "consolidação nos custos e recuperação de receita no segundo semestre do ano".
Na segunda metade de 2019, "a TAP teve um resultado líquido positivo de 14,1 milhões de euros, face a um prejuízo de 28 milhões de euros no período homólogo de 2018".
A empresa liderada por Antonoaldo Neves afirma ainda que o investimento no seu crescimento tem aumentado em 71 milhões de euros por ano, nos últimos quatro, as contribuições e impostos pagos ao Estado.
"A TAP foi a empresa que mais investiu em Portugal em 2019, tendo registado mais de 1,5 mil milhões de euros em investimento, incluindo a compra de 30 aviões novos, que permitiu a renovação de 70% da frota de longo curso num só ano", destaca a empresa.
Em termos de passageiros, a companhia aérea nacional terminou o ano com 17 milhões de pessoas transportadas, mais 8% que em 2018.
A empresa refere ainda que a divisão de manutenção e engenharia do Brasil (ME Brasil, a ex-VEM) atingiu um EBITDAR (rendimentos antes de juros, impostos, depreciações, amortizações e custos de reestruturação) de 3,1 milhões de euros, "sem qualquer transferência de recursos monetários de Portugal para o Brasil".
A TAP terminou o ano com uma posição de caixa de 434 milhões de euros, a maior da história da empresa, de acordo com o comunicado.
A empresa afirma ainda que é o mercado da América do Norte, com um total de 1,04 milhões de passageiros transportados (aumento de 31% face a 2018), que "permite compensar a volatilidade do mercado brasileiro, que tem dado sinais de recuperação nos últimos meses".
"A TAP continua a ser a companhia aérea líder no transporte aéreo de passageiros entre o Brasil e a Europa", assevera a empresa.