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Grupo SATA regista prejuízo de 57,4 milhões de euros em 2021

SATA fechou 2021 com um EBITDA de 5,7 milhões de euros, positivo pela primeira vez nos últimos 5 anos, bem como um resultado líquido consolidado negativo de –57,4 ME, que representou uma melhoria de mais de 30 milhões face a 2020


Autor: Paulo Faustino

O Grupo SATA registou em 2021 um EBITDA (Resultados Operacionais antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) positivo pela primeira vez nos últimos 5 anos, ou seja, de 5,7 milhões de euros (ME), bem como um resultado líquido consolidado negativo de –57,4 ME, ainda assim em resultado de uma melhoria superior a 30 ME face a 2020.

Ontem, numa nota informativa sobre as suas contas de 2021, a transportadora aérea açoriana deu a saber que obteve uma receita total consolidada de 186,2 milhões de euros, o que significa um crescimento de 57,2% em relação a 2020.

Mas não deixou de reconhecer que, “apesar da melhoria substancial, os resultados líquidos continuam em terreno negativo, pressionados também pelos juros da dívida histórica e a dívida contraída durante o combate à pandemia, que ascenderam, em 2021, a 29,7 milhões de euros”. Observa ainda que o resultado líquido reflete cerca de 5,5 ME de diferenças de câmbio líquidas, resultantes da utilização da norma contabilística IFRS-16 e da apreciação do dólar face ao euro.

A SATA classifica como “entusiasmante” o crescimento que registou, tendo em conta as circunstâncias “ainda bastante adversas” em 2021, ano que “continuou a ser marcado pela pandemia covid-19, com particular incidência no 1º semestre, e as receitas no setor da aviação global continuaram sob enorme pressão”. Comparativamente ao ano pré-pandémico de 2019, a quebra na receita registada no grupo atingiu cerca de 47 ME.

Segundo a SATA, no ano passado, o crescimento dos custos operacionais consolidados foi limitado a +21,5%, “pressionados pelas medidas de combate à pandemia, por custos de reestruturação e pela modernização de processos internos que gerarão poupanças futuras”.

“Mesmo perante um clima de instabilidade permanente da procura e de um ambiente de mobilidade particularmente adverso, o Grupo SATA fechou o ano com um EBITDA de 5,7 milhões de euros, positivo pela primeira vez nos últimos 5 anos”, enfatiza a nota.

No quadro das companhias aéreas que compõem o grupo, saliente-se que a SATA Air Açores apresentou um crescimento de lugares utilizados de 75% em relação a 2020, ficando apenas cerca de 17% abaixo de 2019. “Este comportamento resultou num crescimento de receitas correntes de 18,8%, beneficiando de uma maior resiliência do tráfego doméstico, potenciado pela introdução, em junho, da Tarifa Açores”, é assinalado.

Por seu lado, a SATA Azores Airlines apresentou um significativo crescimento de receitas correntes (78,2%), resultado de um crescimento de tráfego de 113%, mais do dobro do ano anterior. A administração não tem dúvidas: “O crescimento significativo da receita na Azores Airlines, muito acima da média da indústria, resulta de uma transformação comercial estruturante que inclui a contínua estabilização e promoção da rede, o trabalho próximo com parceiros, a alavancagem do destino Açores e melhores capacidades técnicas de gestão de receita”.

Por seu lado, a SATA Gestão de Aeródromos registou um crescimento de receitas de 20% em relação a 2020, incluindo valores recebidos por compensação de anos anteriores.


Perspetivas da SATA para 2022 são de “otimismo moderado”

A SATA assume que as perspetivas para este ano são de “otimismo moderado”, tendo em conta que o número de passageiros e a receita continuam a registar um forte crescimento.

“A título ilustrativo, a SATA Azores Airlines registou no dia dos Açores, 6 de junho, um valor de receita vendida acumulada no ano, igual a todo o ano de 2021. Em consequência, o valor de receita em 2022 deverá ultrapassar o valor de 2019, bem antes das estimativas da indústria que prevê que a nível global, o mesmo só deverá ocorrer em 2023/24”, declara o grupo.

O presidente da SATA, Luís Rodrigues, refere-se a 2021 como um ano “turbulento”, mas também “animador”.