Grupo de Contacto reconhece Guaidó como presidente do parlamento
Venezuela
9 de jan. de 2020, 18:26
— Lusa/AO Online
"Apoiamos
Juan Guaidó como presidente da Assembleia Nacional", declarou o GIC,
que "reafirma (o seu) compromisso de apoiar ativamente os esforços
sinceros para uma solução pacífica e democrática da crise na Venezuela".O grupo acrescentou que a eleição de Luís Parra "não pode ser considerada legítima ou democrática".O
GIC integra países europeus, incluindo Portugal, Reino Unido, França,
Alemanha, Espanha e Itália e latino-americanos, Bolívia, Equador, Costa
Rica e Panamá. O Uruguai, membro do grupo, não aderiu a esta declaração.O
grupo expressou a sua "profunda preocupação com as ações contra o
funcionamento democrático e constitucional da Assembleia Nacional". O
parlamento venezuelano tinha prevista a eleição no domingo da sua nova
direção, votação da qual deveria resultar a reeleição de Guaidó,
principal opositor de Maduro, mas o deputado foi retido durante horas
pela polícia e agredido à porta da Assembleia Nacional.Ao
mesmo tempo, no interior, em plenário, os deputados apoiantes do chefe
de Estado venezuelano elegiam Luís Parra, que contou também com o apoio
de uma minoria de parlamentares da oposição suspeitos de corrupção.Apesar
de um forte dispositivo da polícia militarizada junto do edifício da
Assembleia Nacional, Guaidó conseguiu na terça-feira entrar à força nas
instalações do parlamento venezuelano, depois de ter sido impedido no
domingo.Nesse mesmo dia, a maioria
opositora no parlamento venezuelano voltou a investir Guaidó como
presidente interino da Venezuela, durante uma sessão plenária."Esses
acontecimentos, assim como a contínua intimidação e represálias contra
membros da Assembleia Nacional, democraticamente eleitos pelo povo
venezuelano, agravam ainda mais a crise, criando mais obstáculos ao
retorno pacífico à democracia e ao Estado de direito", salientou o GIC.Juan Guaidó autoproclamou-se Presidente interino venezuelano em janeiro de 2019 e foi reconhecido por mais de 50 países.A
Venezuela, país que conta com cerca de 32 milhões de habitantes e com
uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes,
enfrenta um clima de grande instabilidade política, situação que se soma
a uma grave crise económica e social.