Grupo Aeroporto do Pico alerta para a falta de voos no inverno
11 de nov. de 2024, 15:00
— Lusa/AO Online
“Desde a
entrada em vigor do inverno IATA (27 outubro) que tem sido muito
difícil ou mesmo impossível chegar ou sair da ilha do Pico, por via
aérea, nos voos diretos de/para Ponta Delgada”, referiu em comunicado o
grupo de cidadãos.Segundo o GAPix, até
final de outubro (verão IATA, época oficial da agência internacional de
aviação, a IATA), a ilha do Pico “dispunha de 16 voos semanais com Ponta
Delgada” (em São Miguel, a maior ilha do arquipélago), mas com a
entrada do inverno IATA a rota “está neste momento reduzida a apenas
sete voos semanais, que se têm revelado insuficientes”.“Nem
mesmo a utilização de alternativas com escala na ilha Terceira (Lajes)
através dos sete voos semanais existentes ameniza a situação, uma vez
que os percursos Ponta Delgada/Terceira e Terceira/Ponta Delgada, que
dão ligação aos voos Terceira/Pico e Pico/Terceira, estão também
cheios”, acrescentou.O grupo explicou que,
“pela terceira semana consecutiva desde a entrada em vigor do inverno
IATA, dezenas de passageiros e visitantes estão a desistir de viajar até
à ilha do Pico devido à falta de voos”, o que afeta o turismo e o seu
desenvolvimento económico.Ao GAPix “chegam
também relatos e desabafos de dezenas de pessoas com consultas médicas
em São Miguel, nas próximas semanas, que só conseguem marcar viagem via
Faial, com todos os custos acrescidos que esta alternativa acarreta”.Para ultrapassar a situação, defende-se que os horários das ligações às terças e quintas-feiras sejam revistos.Nestes
dias “o Pico tem dois voos com um intervalo de apenas três horas” e no
período da tarde “não existe qualquer voo, o que limita a mobilidade dos
residentes, obriga à pernoita nas deslocações a consultas médicas, e
impede a resolução de assuntos por parte de empresários que necessitem
de uma deslocação curta à ilha do Pico”.“A solução pode passar pelo incremento de uma nova rotação, de tarde, com Ponta Delgada, às terças e quintas-feiras”, lê-se.O
GAPix vai solicitar uma audiência ao diretor regional da Mobilidade nos
Açores, Francisco Bettencourt, e à secretária regional do Turismo,
Mobilidade e Infraestruturas, Berta Cabral, para que sejam encontradas
soluções para estes frequentes constrangimentos.No
comunicado recorda-se que o executivo açoriano de coligação
PSD/CDS-PP/PPM “indicou recentemente que a sua prioridade era o combate à
sazonalidade do turismo nos Açores”. Porém, é referido, assiste-se a
“um garrote permanente nas acessibilidades aéreas à ilha do Pico”.“Promove-se
constantemente os benefícios implementados por este governo com a
Tarifa Açores, mas com o aumento expectável da procura não se dá a
necessária resposta em termos de oferta, colocando-se em causa a
mobilidade dos residentes e a economia do Pico”, concluiu o grupo,
referindo-se à tarifa regional que permite viagens aéreas a 60 euros
(ida e volta) interilhas para residentes.