Gripe está a chegar mais cedo e centro europeu de doenças pede para acelerar vacinação
Hoje 13:36
— Lusa/AO Online
Segundo
a avaliação de risco publicada no ‘site’ do ECDC (sigla em inglês), em
comparação com anos anteriores, ao casos estão a surgir três a quatro
semanas mais cedo e a circulação está a ser impulsionada por uma nova
estirpe de gripe A (H3N2), subtipo K.Embora
ainda haja incertezas quanto ao impacto da próxima temporada de gripe
na saúde pública, o ECDC diz que as autoridades se devem preparar para o
cenário de “uma temporada de gripe mais severa” na Europa,
especialmente se houver baixa adesão à vacinação. Um número de infeções acima do normal também aumentaria a pressão sobre os sistemas de saúde, alerta o ECDC.“Estamos
a observar um aumento nos casos de gripe muito mais cedo do que o
normal este ano e isso significa que o tempo é crucial”, afirma o chefe
da secção de Vírus Respiratórios do ECDC, Edoardo Colzani apelando: “Se
tem direito à vacinação, por favor, não espere. Vacinar-se agora é uma
das maneiras mais eficazes de se proteger e proteger as pessoas ao seu
redor de doenças graves neste inverno”.O ECDC insiste que as pessoas com maior risco de desenvolver doença grave se devem vacinar sem demora. Esses
grupos incluem pessoas com mais de 65 anos, grávidas, pessoas com
doenças preexistentes e crónicas ou imunocomprometidas e pessoas que
vivem em ambientes fechados, como instituições de cuidados continuados e
lares.Recomenda igualmente a vacinação aos profissionais de saúde ou trabalhadores de instituições de longa permanência.Aconselha
os serviços de saúde e as instituições de longa permanência a
fortalecerem seus planos de preparação e medidas de prevenção e controle
de infeções, além de incentivarem funcionários e visitantes a usar
máscaras durante períodos de maior circulação de vírus respiratórios.O
ECDC defende igualmente que os profissionais de saúde devem considerar a
administração imediata de antivirais a pacientes com maior risco de
desenvolver doença grave para reduzir complicações.Os
profissionais de saúde devem também considerar o uso de profilaxia
antiviral durante surtos em ambientes fechados, como instituições de
cuidados continuados ou lares.Apela ainda
aos países que promovam uma “comunicação clara e personalizada” sobre
vacinação, higiene das mãos e etiqueta respiratória para ajudar a
reduzir a transmissão na comunidade.Segundo
o ECDC, numa temporada típica, a gripe causa morbidade substancial na
população europeia, com até 50 milhões de casos sintomáticos e 15.000 a
70.000 mortes por ano. Portugal registou
1.609 óbitos em excesso durante a epidemia de gripe de dezembro de 2024 a
janeiro de 2025, período coincidente com a epidemia de gripe e
temperaturas extremas, afetando sobretudo mulheres e pessoas com mais de
85 anos.O Centro de Controlo de Doenças
avisa que todas as faixas etárias são afetadas, embora as crianças
apresentem taxas de doença mais elevadas e, geralmente, sejam as
primeiras a adoecer e transmitir a doença nos seus domicílios, o que
pode impulsionar a transmissão na comunidade. Estima-se
que até 20% da população contraia gripe anualmente, o que resulta em
ausências escolares e laborais e num “impacto significativo” nos
sistemas de saúde, avisa o Centro de Controlo de Doenças, alertando que o
impacto é maior em ambientes fechados, como instituições de longa
permanência.